Tal como todas as cartas de amor são ridículas, considero também ridículos os elogios que passam de blogue para blogue. Autores de uns comentam outros elogiando-os. Esses outros sentem-se na obrigação de ir aos blogues dos primeiros agradecer. E assim se vai andando numa troca de mimos. Há qualquer coisa de ridículo em tudo isto.
Apetece-me hoje, no entanto, dar aqui a conhecer um blogue que consulto diariamente: 'O Fogareiro'. O autor é um motorista de taxi em Lisboa que recolhe, nas suas corridas, estórias de breves minutos. É delicioso. (E... no que a elogios diz respeito, fico-me por aqui para não me tornar ridícul@. Cada um que tire as suas próprias conclusões.)
Para trás, na vida desse homem, ficou o 'Escrita em Dia', quando as funções que exercia eram outras. Bem diferentes.
9 comentários:
Caro barco a remos:
Eu sou daqueles que usa um mínimo de cumprimentos cruzados, correndo talvez o risco de passar por mal-educado numa ou outra situação. Ainda assim, encaixo o seu remoque para lhe dizer o seguinte: é preferível essa boa educação, ainda que por vezes, também a mim, me pareça redundante, do que o estilo crispado e ouriçado que tanto se cultiva na blogosfera, como se as ideias que cada um defende tivessem de ser preservadas de qualquer contacto humano, não vão elas desmoronar-se à vista de qualquer sorriso. (Mas, se fôr esse o caso, talvez se deve ao facto de a argumentação não ser assim tão sólida, necessitando do gesto hostil para se afirmar).
Acho muito positivo o confronto de ideias, mas abomino a confrontação pessoal, a argumentação ad hominen (que por vezes até tem sido mais ad femina) e o desprezo com que se aponta o dedo ao adversário.
Como sabe, estamos numa terra pacata, provinciana, onde todos se conhecem (ou deviam conhecer - também cá temos camónes!) e onde se ganha mais em cumprimentar aqueles com quem nos cruzamos na rua (neste caso, rua virtual) do que em desferir chispas flamejantes, passe a redundância (mais uma!).
Descontraia: vai ver que passa a sair mais facilmente dos labirintos que aprisionam aqueles que se limitam a seguir as indicações das placas de trânsito.
Se um blogue incomoda muita gente, um blogue que diz a verdade incomoda muito mais.
Barco a remos, nunca te cales! Deixa que uns actuais e anteriores assessores, outros psuedo-intelectuais, todos ressabiados em geral se mordam.
Barco a Remos,
Não sei, nem é importante saber quem é.
Não sei igualmente, nem é importante saber, quem é "prytkov"
gostaria no entanto que "prytkov" lê-se este poema de Manuel Aegre.
Abaixo el-rei Sebastião
É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.
Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair o porto
temos aqui à mão
a terra da aventura.
Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na vossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião.
Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.
Barco a Remos, continue porque como diz o poeta "é preciso bater em quem nos bate é preciso enterrar el-rei Sebastião".
Anónimo das 9:11,
Não sei quem você é, nem sei quem é o "Barco a remos", ou sequer o Prytkov. Mas, antes de recomendar qualquer leitura ao Prytkov, seria bom que você aprendesse a distinguir os tempos e os modos verbais. Especialmente quando se conjuga o verbo ler, há que ver o que é que se escreve...
Espero que não me levem a mal esta crítica, mas como já percebi que não gostam lá muito de elogios...
Desculpe português suave sou colaborador do Boletim Municipal e lá cultivamos um certo estilo …
Esteja à vontade.
Anónimo das 9:11
Bem me queria parecer. Mas veja lá, um colaborador do Boletim Municipal a citar Manuel Alegre. Isso não é um bocadinho heterodoxo? Ó amigo (a), você tenha cuidado, que eles podem não gostar!
Como se nesta altura do campeonato alguèm que colabora no Boletim o assumisse! Não acreditem no Pai Natal nem em todos os anónimos que dizem que são e não são.Os colaboradores do Boletim (os 1ºs)estão + preocupados em manter as avenças agora que galos de outros poleiros estão a chegar àquela capoeira para pôr ordem nas galinhas.
Não sei a quem se refere o barco a remos ao censurar trocas de elogios entre blogues, mas não vejo que mal daí possa vir ao mundo.
Pior é o uso de agressões verbais.
Será que o barco a remos sente a falta de um elogio à sua forma de sulcar as águas?
Não vejo mal nenhum no elogio recíproco, nem entre blogues, nem entre ninguém. São baratos, líquidos de impostos e enternecem quem os recebe.
O único contra é que normalmente são entediantes.
Postar um comentário