11 de jan. de 2010

Ler antes de falar

O complexo turístico da mata de Sesimbra também está contemplado no plano estratégico, deixando "em evidência a necessidade de desenvolver e potenciar a área do golfe".

O Plano Estratégico do Turismo. no ponto sobre 'Vectores de Desenvolvimento Estratégico e Projectos Estruturantes', por oposição, propõe:
"Modelo de vila que cruza modernidade e tradição, em oposição à vivência dos resorts".

Adivinha

Qual é o empreendimento, qual é ele que:
1) Tem como mérito ocupar o último espaço livre na frente de mar, de forma a completar a malha urbana;
2) Tem sido o responsável pelo constante aluimento da estrada que passa no topo da encosta sobre a qual está a ser construído (rua que desce do Hotel do Mar para o Largo da Guarda) - sendo que essa estrada já esteve completamente vedada ao trânsito por questões de segurança e agora está, uma vez mais, parcialmente cortada;
3) Anuncia no seu site que "a cidade de Sesimbra, fiel à sua arquitectura com telhados de tijolo e paredes brancas, oferece uma variedade de actividades e possibilidades" e que "as autoridades locais têm vindo a desenvolver um conjunto de projectos no sentido de aumentar a qualidade e diversificar a oferta de lazer - una nova marina...", entre outras ideias interessantes.

7 de jan. de 2010

Rumo (in)certo

No editorial da mais recente "sesimbr'acontece - agenda de acontecimentos do concelho de Sesimbra", a vereadora dos pelouros do Turismo e Cultura, Felícia Costa, anuncia que pretende "incentivar a participação pública no debate sobre o Plano Estratégico de Turismo do Concelho de Sesimbra". Nesse âmbito, integra-se o lançamento de um site "com possibilidade de recolha de opiniões". No final do seu artigo, em jeito de conclusão, Felícia Costa remata: "Trata-se de um debate que vai traçar as linhas mestras de uma das principais actividades económicas do concelho e, por isso mesmo, o seu contributo é fundamental. Participe!".
Este discurso merecia uma melodia de fundo. A prosa de Felícia Costa tem o dom de se transformar em música aos ouvidos dos munícipes. Há apenas um ligeiro pormenor difícil de compreender. Ora, se a participação pública é, de facto, como é dado a entender, fundamental e desejável, porque razão a vereadora dá por título ao editorial "Turismo no rumo certo"? Como se não bastasse, a vereadora sustenta esta afirmação, dizendo que apesar da crise económica, o percurso traçado pela autarquia tem dado os seus frutos.
Ok, tudo bem. Mas agora pergunto eu: Se fazem tudo tão bem, e se o turismo em Sesimbra já está "no rumo certo", porque nos querem ouvir? Será que nos vão mesmo ouvir? Será que participar servirá para alguma coisa?
Até agora, o Plano Estratégico, documento que me parece, aliás, bastante válido e bem conseguido, ainda só serviu para fazer foguetório. Esperemos que sirva para mais do que isso. Até porque o seu conteúdo apresenta muitas e expressivas divergências em relação ao modelo e caminho que a Câmara tem traçado para o desenvolvimento turístico do concelho, e que a vereadora apresenta neste texto, recorde-se, como "o rumo certo".

6 de jan. de 2010

"Anda por aí um vírus"

"Anda por aí um vírus", é a explicação habitual quando o hospital se enche, todos apresentam os mesmos sintomas, mas ninguém tem uma explicação para a causa da doença. "É um vírus" e pronto. A coisa está explicada e ninguém questiona.

5 de jan. de 2010

Ainda cabe mais um, mas magrinho! Os outros vão para dentro de água, por favor.

A vila de Sesimbra é, todos sabemos, uma terra pequena que não estica mais porque já se lhe rebentaram os elásticos. Ainda assim, aqui, como um pouco por todo o país, persiste a ideia de que a coisa só é boa se tem muita gente. Ora, Sesimbra pode ser a maior maravilha, mas se não conseguirmos encafuar cá muita gente, nunca seremos tão maravilhosos como queremos. E esta é a ideia que continua a nortear a acção do nosso executivo camarário e atinge o auge da sua realização em dois momentos: no carnaval e na passagem de ano. Para o bem e para o mal, esse mesmo executivo descobriu uma solução óbvia: como a terra é curta para os milhares de pessoas queremos sugar para cá dos nossos limites, toca de enfiar alguns dentro de água. E assim nasceu a brilhante ideia de promover o "réveillon" subaquático sob o slogan "mergulhe em 2010". Em 2008, se bem se lembram, o mau tempo deixou os mergulhadores com a água pelos joelhos, mas vestidos a rigor, numa encenação pobre junto ao porto de abrigo, mas, enfim, por questões de segurança fez-se o que se conseguiu, atiraram-se os foguetes e apanharam-se as canas. Em 2009, uma vez mais, o mau tempo reduziu os anunciados cem mergulhadores e meia centena. Mas em terra, o site da autarquia diz-nos que estiveram 40 mil.
Mas isso não interessa nada, para 2010 fica apenas a memória da conta que há-de chegar referente a outdoors, a publicidade televisiva e tudo o resto. Para o ano, resta-nos esperar que o S. Pedro coopere, para enchermos isto como deve de ser e poder afirmar sem reservas de que o dinheiro que se gasta por aqui é bem gasto, sim senhor. E o tempo é sempre uma boa desculpa para tudo... mesmo em tempo de crise.

Em actualização... Lamentamos o incómodo.

Não, a 'Sopa de Pelim' não está votada em abandono, apesar de há muito não ser actualizada. E não, não é por falta de assunto. Longe disso! Assim sendo, até já!