Afinal já percebo porque andam os promotores do projecto da Mata tão caladinhos. A notícia que abaixo transcrevo foi divulgada hoje pela agência Lusa. Como é possível que um empreendimento tão verde, tão ecológico e tão ambiental, possa ser tão severamente criticado por três organizações ambientalistas portuguesas? Ups! O gato escondido deixou o rabo de fora? Nem o carimbo da empresa ambientalista WWF, amenizou os comentários depreciativos.
É impressão minha ou já anda por aí muita gente nervosa?...
«As três principais organizações ambientalistas portuguesas deram hoje parecer desfavorável ao empreendimento turístico projectado para a Mata de Sesimbra, que propõe seguir princípios de sustentabilidade e é apoiado pelo Fundo de Conservação da Vida Selvagem, WWF.
Depois de analisarem o Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra (Zona Sul) onde será implantada esta "eco-cidade", Quercus, Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) assumiram uma posição desfavorável ao projecto, fundamentada na carga turística excessiva e falhas a nível dos instrumentos de planeamento.
Os ambientalistas entendem que, apesar do "selo de qualidade ambiental" da WWF e da intenção de aplicar princípios de construção sustentável, "os problemas apresentados sobrepõem-se às respectivas virtudes" do empreendimento.
O índice de ocupação previsto, por exemplo, (8.196 unidades de alojamento correspondentes a 31 mil camas), "constitui uma pressão humana insuportável e incompatível com os objectivos de sustentabilidade traçados", tendo em conta que existem actualmente cerca de 10 mil camas turísticas em toda a região de turismo da Costa Azul (Alcochete, Alcácer do Sal, Almada, Barreiro, Grândola, Moita, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines).
Com a previsível duplicação da população até 2011 e as deslocações durante o Verão e fins de semana, a carga em causa não é compatível com o usufruto das praias do concelho e da própria vila de Sesimbra, já sobre forte pressão, acrescentam.
As críticas dirigem-se à ausência de garantias.
"Nada para além da intenção permite concluir que o projecto atinja os seus objectivos de sustentabilidade que, no limite, até poderá ter consequências negativas para a região. As projecções contidas nos estudos de mercado podem não se confirmar e o tipo de turismo em causa pode traduzir-se numa ocupação exclusivamente urbana e não turística", escrevem os ambientalistas num comunicado.
Outro aspecto negativo prende-se com a subordinação do Plano Director Municipal (PDM) ao Plano de Pormenor (PP), que não deveria acontecer, e com o facto deste contradizer o PDM em vigor, sendo inclusivamente apresentado como alternativa.
O comunicado enuncia também as virtudes do empreendimento, nomeadamente quanto à intenção de aplicar os princípios inerentes ao Programa One Planet Living: utilização de materiais sustentáveis e de origem local, redução das emissões de dióxido de carbono, mobilidade sustentável, conservação da água, fauna e flora e promoção da qualidade da vida.
A concentração da componente urbanística na zona menos sensível, recuperação de áreas degradadas e qualidade técnica do Plano de Gestão Ambiental são também elogiadas.
(...)
Depois de analisarem o Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra (Zona Sul) onde será implantada esta "eco-cidade", Quercus, Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) assumiram uma posição desfavorável ao projecto, fundamentada na carga turística excessiva e falhas a nível dos instrumentos de planeamento.
Os ambientalistas entendem que, apesar do "selo de qualidade ambiental" da WWF e da intenção de aplicar princípios de construção sustentável, "os problemas apresentados sobrepõem-se às respectivas virtudes" do empreendimento.
O índice de ocupação previsto, por exemplo, (8.196 unidades de alojamento correspondentes a 31 mil camas), "constitui uma pressão humana insuportável e incompatível com os objectivos de sustentabilidade traçados", tendo em conta que existem actualmente cerca de 10 mil camas turísticas em toda a região de turismo da Costa Azul (Alcochete, Alcácer do Sal, Almada, Barreiro, Grândola, Moita, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines).
Com a previsível duplicação da população até 2011 e as deslocações durante o Verão e fins de semana, a carga em causa não é compatível com o usufruto das praias do concelho e da própria vila de Sesimbra, já sobre forte pressão, acrescentam.
As críticas dirigem-se à ausência de garantias.
"Nada para além da intenção permite concluir que o projecto atinja os seus objectivos de sustentabilidade que, no limite, até poderá ter consequências negativas para a região. As projecções contidas nos estudos de mercado podem não se confirmar e o tipo de turismo em causa pode traduzir-se numa ocupação exclusivamente urbana e não turística", escrevem os ambientalistas num comunicado.
Outro aspecto negativo prende-se com a subordinação do Plano Director Municipal (PDM) ao Plano de Pormenor (PP), que não deveria acontecer, e com o facto deste contradizer o PDM em vigor, sendo inclusivamente apresentado como alternativa.
O comunicado enuncia também as virtudes do empreendimento, nomeadamente quanto à intenção de aplicar os princípios inerentes ao Programa One Planet Living: utilização de materiais sustentáveis e de origem local, redução das emissões de dióxido de carbono, mobilidade sustentável, conservação da água, fauna e flora e promoção da qualidade da vida.
A concentração da componente urbanística na zona menos sensível, recuperação de áreas degradadas e qualidade técnica do Plano de Gestão Ambiental são também elogiadas.
(...)
O prazo de discussão pública do Plano de Pormenor da Mata de Sesimbra (Zona Sul) termina na próxima segunda-feira.»
In Lusa, 21 de Abril de 2006
2 comentários:
E agora Augustos ???
Augustus se isto não passar só tens um caminho.
OBVIAMENTE DEMITE-TE.
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