Hoje terá lugar a primeira sessão pública para discussão do Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra. Ou, melhor dizendo, hoje terá lugar a primeira sessão de propaganda ao mega-empreendimento turístico previsto para a Mata de Sesimbra. O debate terá lugar às 21.30 horas, na Escola Básica n.º 3 do Conde I, na freguesia da Quinta do Conde.
Estou deveras curios@ para ver como os promotores e a Câmara Municipal de Sesimbra vão impingir à população um projecto completamente megalómano, descabido, inconsistente, inconsequente, injustificável, inqualificável e mais uns quantos in-qualquer-coisa, como se estivessem prestes a criar um paraíso na terra.
Sob a capa de projecto turístico hiper-ambiental esconde-se, na realidade, um enorme projecto de urbanização, para o qual está prevista a criação de 8470 unidades de alojamento, que podem ser quartos ou apartamentos, mas que multiplicado por 4 ou 5, tendo em conta a ocupação média de cada uma, resulta numa população de 40 a 50 mil ocupantes. Criar no meio desta brutalidade um campo de golfe ou uma ciclovia só para dizer que tudo isto é ambientalmente sustentável, tendo em conta a pressão humana e de infra-estruturas que isto criará, não me parece justificável.
Como se não bastasse, persistem as falcatruas das transferências de índices de capacidade construtiva.
Além disso, este projecto que querem construir, numa extensa zona verde, vai fazer fronteira com áreas sensíveis como o Parque Natural da Arrábida ou a Lagoa de Albufeira. Não deixa de ser estranho que, por um lado, se tente acabar com a pesca porque tem consequências ambientais no PNA, mas, por outro, deixem crescer nos seus limites um empreendimento que ameaça mudar, irremediavelmente, este concelho. Se um pescador incomoda muita gente, 50 mil pessoas incomodarão, supostamente, muito mais.
Claro que existem argumentos de peso na defesa do projecto Mata de Sesimbra. Os empregos que criará, o fim da pedreiras e mais algumas promessas que soam bem a muita gente. Este, afinal, é um projecto com muitas vantagens! Até parece que, ao criarem lá dentro uma cidade, os potenciais turistas terão sequer necessidade de sair daquele resort de luxo para fazer despesa no comércio tradicional, quando lá terão bons restaurantes e outros apoios. Depois, há sempre um Lidl, um Plus, um Pingo Doce e outros que tais, bem mais à mão do que a mercearia da esquina. E até parece que as pedreiras e areeiros não têm já legislação que as regule, bastando que ela fosse cumprida.
A propósito de um post anterior, alguns comentários salientaram o facto de que, o que está em discussão é apenas o plano de pormenor da zona sul da Mata. De facto, seria importante poder avaliar, de forma integrada, o da zona norte, onde vai surgir o empreendimento da Herdade da Apostiça. Não faz qualquer sentido analisar os dois projectos de forma desarticulada. Mas, neste caso, como em tantos outros, temos de comer aquilo que nos dão, da forma como nos dão. E o que não é o que mais lhes convém. Mas só o digere quem quer.
Enfim, nada como ouvir a acção de propaganda agendada para esta noite para perceber o que nos querem vender e a forma como doiram a pílula. Até estou, de certa forma, curios@.
A ver vamos.
Estou deveras curios@ para ver como os promotores e a Câmara Municipal de Sesimbra vão impingir à população um projecto completamente megalómano, descabido, inconsistente, inconsequente, injustificável, inqualificável e mais uns quantos in-qualquer-coisa, como se estivessem prestes a criar um paraíso na terra.
Sob a capa de projecto turístico hiper-ambiental esconde-se, na realidade, um enorme projecto de urbanização, para o qual está prevista a criação de 8470 unidades de alojamento, que podem ser quartos ou apartamentos, mas que multiplicado por 4 ou 5, tendo em conta a ocupação média de cada uma, resulta numa população de 40 a 50 mil ocupantes. Criar no meio desta brutalidade um campo de golfe ou uma ciclovia só para dizer que tudo isto é ambientalmente sustentável, tendo em conta a pressão humana e de infra-estruturas que isto criará, não me parece justificável.
Como se não bastasse, persistem as falcatruas das transferências de índices de capacidade construtiva.
Além disso, este projecto que querem construir, numa extensa zona verde, vai fazer fronteira com áreas sensíveis como o Parque Natural da Arrábida ou a Lagoa de Albufeira. Não deixa de ser estranho que, por um lado, se tente acabar com a pesca porque tem consequências ambientais no PNA, mas, por outro, deixem crescer nos seus limites um empreendimento que ameaça mudar, irremediavelmente, este concelho. Se um pescador incomoda muita gente, 50 mil pessoas incomodarão, supostamente, muito mais.
Claro que existem argumentos de peso na defesa do projecto Mata de Sesimbra. Os empregos que criará, o fim da pedreiras e mais algumas promessas que soam bem a muita gente. Este, afinal, é um projecto com muitas vantagens! Até parece que, ao criarem lá dentro uma cidade, os potenciais turistas terão sequer necessidade de sair daquele resort de luxo para fazer despesa no comércio tradicional, quando lá terão bons restaurantes e outros apoios. Depois, há sempre um Lidl, um Plus, um Pingo Doce e outros que tais, bem mais à mão do que a mercearia da esquina. E até parece que as pedreiras e areeiros não têm já legislação que as regule, bastando que ela fosse cumprida.
A propósito de um post anterior, alguns comentários salientaram o facto de que, o que está em discussão é apenas o plano de pormenor da zona sul da Mata. De facto, seria importante poder avaliar, de forma integrada, o da zona norte, onde vai surgir o empreendimento da Herdade da Apostiça. Não faz qualquer sentido analisar os dois projectos de forma desarticulada. Mas, neste caso, como em tantos outros, temos de comer aquilo que nos dão, da forma como nos dão. E o que não é o que mais lhes convém. Mas só o digere quem quer.
Enfim, nada como ouvir a acção de propaganda agendada para esta noite para perceber o que nos querem vender e a forma como doiram a pílula. Até estou, de certa forma, curios@.
A ver vamos.
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