Fiquei a saber, através do ‘Setúbal na Rede’, que o Bloco de Esquerda solicitou, em 15 de Novembro de 2005, diversos documentos à Câmara Municipal de Sesimbra, considerando-os indispensáveis para a participação na discussão de documentos fundamentais, nomeadamente as Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2006. Até há bem poucos dias, a autarquia não se tinha dignado a responder ao pedido e só o fez quando o BE ameaçou apresentar queixa à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos. Não vou discutir a pertinência ou não do pedido apresentado pelo BE. Não vou pôr em isso em questão, até porque estão no seu direito. Assim como a autarquia tinha o dever de apresentar os documentos solicitados no prazo estipulado por lei. Mas o cumprimento de prazos é algo que a autarquia sesimbrense parece desconhecer. Imaginem a que ponto isto chega para que, em declarações ao ‘Setúbal na Rede’ o actual presidente da Câmara, Augusto Pólvora, se tenha referido a um “atraso ligeiro que não chegou a dois meses”.
Pois é… mas nem que fosse um dia a mais! Se existe um prazo estipulado na lei, ele é para ser cumprido. E é preciso, desculpem-me a franqueza, muita falta de chá para apelidar de “ligeiro” aquilo que é um incumprimento da lei. É, no mínimo… uma tremenda falta de respeito. Não só pelo Bloco mas por todos nós.
Um deslize aqui, uma evasiva acolá, um não cumprimento aqui, outro acolá… e a coisa descamba por ali a baixo.
De facto, estamos todos mal habituados. Nada se cumpre, as leis existem para não ser cumpridas, e se quem tem a obrigação de dar o exemplo não o faz, estamos mal. Continuamos mal.
O presidente da autarquia, insuflado da razão que não tem, acusa ainda o BE de fazer “chiqueiro político”. Mas, afinal, quem é que não cumpriu? Quem é que faltou com as suas obrigações?
E que tal alguém tentar democratizar o “chiqueiro”?
Pois é… mas nem que fosse um dia a mais! Se existe um prazo estipulado na lei, ele é para ser cumprido. E é preciso, desculpem-me a franqueza, muita falta de chá para apelidar de “ligeiro” aquilo que é um incumprimento da lei. É, no mínimo… uma tremenda falta de respeito. Não só pelo Bloco mas por todos nós.
Um deslize aqui, uma evasiva acolá, um não cumprimento aqui, outro acolá… e a coisa descamba por ali a baixo.
De facto, estamos todos mal habituados. Nada se cumpre, as leis existem para não ser cumpridas, e se quem tem a obrigação de dar o exemplo não o faz, estamos mal. Continuamos mal.
O presidente da autarquia, insuflado da razão que não tem, acusa ainda o BE de fazer “chiqueiro político”. Mas, afinal, quem é que não cumpriu? Quem é que faltou com as suas obrigações?
E que tal alguém tentar democratizar o “chiqueiro”?
Até alguém conseguir fazer isso, que tal irmos chafurdando no chiqueiro?
4 comentários:
Pela vulgaridade da linguagem do presidente Pólvora percebemos tudo…
Pólvora não sabe viver com oposição democrática. É uma questão de formação.
Quem foi formado num regime sem oposição é levado a crer que todos vivem na sua “assoalhada” política.
É comuna! Só foi enganado quem votou nele.
Pólvora sempre viveu da sua auréola de técnico "competente". A eleição para Presidente da Câmara de Sesimbra é a grande oportunidade para a população perceber o quanto isto é uma pura falácia. O "verdadeiro" Pólvora é aquele que se revela nas reacções mais genuinas, como esta ligada ao episódio Bloco de Esquerda: um pouco boçal, incapaz de encaixar as críticas da oposição, com pouca cultura democrática e muito frágil do ponto de vista técnico. Esperem para ver os episódios seguintes.
Quanto ao episódio do "chiqueiro", creio que o Bloco de Esquerda tem razão em reclamar pelo atraso de entrega de documentos, mas achei algo exagerado vir para a imprensa gritar que a autarquia estava "fora-da-lei".
Augusto Pólvora, por outro lado, admitiu o atraso, que afinal não é assim tão grave: o Bloco não fica impedido de estudar os documentos ou de os usar politicamente só porque os recebeu com algum atraso (mais grave seria se fosse qualquer coisa que prescrevesse, etç).
Mas surpreendeu-me o uso da palavra "chiqueiro" por parte do Presidente da Câmara. Normalmente utiliza-se a expressão "chicana política" para designar aquela actividade espalhafatosa em que um partido recorre a sofismas para dar visibilidade às suas críticas. Mas "chiqueiro" é uma palavra forte, que remete para "sujidade", "imundice". Ainda que exageradas, não creio que as críticas do Bloco mereçam tais adjectivos.
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