12 de jan. de 2006

Abalos

Portugal já tremeu quatro vezes nos últimos quatro dias. Esta madrugada, foi a vez da ilha da Madeira sentir a revolta das entranhas da Terra. Algo me diz que estes abalos são um prenúncio e que têm muito a ver com as eleições presidenciais que se aproximam. De cada vez que Cavaco ganha votos e aparece à frente nas sondagens, algo estremece no interior do planeta, como deveria estremecer no interior de cada português. Não sei se algum leitor já teve oportunidade de ler a Visão que está hoje nas bancas. Se tiverem curiosidade, atentem na capa. A revista confrontou os candidatos (com Garcia Pereira incluído, claro) com 30 perguntas sobre religião, hobbies, gostos e convicções. Todos responderam excepto (pasmem-se) Cavaco Silva que, segundo se justificou, não tem por hábito responder a inquéritos deste tipo. Talvez ele até tenha razão, até porque as suas respostas às questões colocadas pela revista só poderiam ser secas e ocas, tal como o candidato da direita parece ser desinteressante e árido. O Miguel Cadilhe enganou-se. O Cavaco não é um eucalipto que seca tudo à sua volta. Esta comparação deprecia o coitado do eucalipto. O Cavaco é a secura em si.
A SIC realizou, nos últimos dias, entrevistas aos candidatos presidenciais (sem Garcia Pereira?) onde deu a conhecer o lado mais pessoal destes homens. Ficámos a saber que um dos últimos filmes que Cavaco viu foi o “Shrek”, com o neto, porque não tem por hábito ir ao cinema, e que o último livro que leu era sobre o terramoto, tendo-se escusado a identificar o autor da obra porque uma pessoa que pode vir a ser Presidente da República não pode cometer o erro de referir um escritor em detrimento de outros. Desculpem! O que é que é isto?! Quem é este homem?! Eu cá tenho uma desconfiança. O facto de Cavaco ter admitido que andou a ler sobre terramotos, só pode estar relacionado com os abalos sentidos nos últimos dias. Atenção, que o gajo é bruxo!
Já agora… Sem querer fazer publicidade, até porque não recebo nada em troca, se puderem, leiam o artigo de opinião do Ricardo Araújo Pereira na Visão. Está genial!
E, por favor, não andem por aí a contribuir para mais terramotos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em Sesimbra a terra não pára de tremer desde aquele dia de 1974 em que uma dúzia de "democratas" quase todos ex-comandantes da salazarista Mocidade Portugesa entraram na Câmara Municipal e tomaram conta desta terra.