A mais recente edição do boletim municipal anda a dar grande falatório. Finalmente, parece que é desta que o cine-teatro João Mota vai abrir as suas portas e o programa anunciado é dum luxo asiático. Nomes como Teresa Salgueiro, Rui Veloso, Luís Represas e João Gil, entre outros, fazem parte do cardápio de encher o olho.
Estará, neste momento, alguém refastelado no seu gabinete a pensar: - Desta é que os calei. Tomem lá uma mão cheia de ‘coltura’ e fechem, bem fechadinhas, essas bocas maldizentes!
Realmente, nada a dizer em relação à escolha destes nomes sonantes da música portuguesa que vão encher de brilho aquela que será a principal sala do concelho. Mas, na verdade, tudo isto é completamente despropositado. De facto, a população do concelho merece isto e muito mais, mas não se compreende porque é que vão enfiar estes eventos numa sala para 240 pessoas... Tendo por certo que nenhum destes artistas reconhecidos virá a Sesimbra dar uma borla ou actuar em troca de 5 tostões (porque é disto que vivem) ou os preços dos bilhetes terão de ser muito elevados de forma a pagar as actuações, ou então este programa vai sair muito caro ao concelho porque todos teremos de pagar por um luxo a que apenas 240 sortudos poderão assistir de perto.
Até já ouvi dizer que há quem ande a meter cunhas aos funcionários da Câmara para reservar bilhetes! Havia necessidade disto?...
Até aqui, as actuações, como as que agora nos propõem, aconteciam quando o rei fazia anos e em espaços públicos como o ginásio ou a fortaleza de Santiago (que ainda para mais, andam sempre a anunciar que é nossa). Dum dia para o outro, trazem a mais fina flôr da música portuguesa, toda duma vez, e metem-na num espaço limitado... Não para quem quer, mas quem pode assistir. Parece-me que está a ser feito um esforço estúpido em nome de algo... a que chamo populismo. Provavelmente outros chamar-lhe-ão outra coisa qualquer.
Há gente, que ainda por cima tem poder para mandar nalgumas coisas que dizem respeito a todos nós, que não sabe que entre o 8 e o 80 existe um longo caminho chamado meio termo. E para conseguir actuar nessa área basta ter bom senso. Percebe-se que, numa política de Carnaval todo o ano, festa que é festa tem de ter brilho. Muito brilho, muita confusão. Mas é preciso ponderar muito mais coisas.
E por falar em festa... Já se diz por aí que vai haver um Carnaval de Verão...
19 de mar. de 2007
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4 comentários:
240 não é o número dos assessores, secretários, chefes, directores e claro, vereadores e presidente? E claro, respectivas famílias? Pois é que só esses têm vencimento para pagar os tais "bilhetes".
Os convivas do banquete de recepção à comunidade educativa não cabiam lá.
ó pica pica, esses vão de graça
Já sei: despedem o assessor do cinema que ganha 700 contos e assim já podem trazer os cabeças de cartaz. Mas apenas um por mês.
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