Fui hoje confrontad@ com uma péssima notícia na imprensa regional. A ‘Costa Terra’ recebe amanhã o alvará de construção da Câmara de Grândola que dá luz verde ao início da construção do empreendimento turístico na ‘Aberta Nova’, em Melides. O projecto vai nascer em zona classificada como Rede Natura 2000 e tem sido por isso alvo das mais duras críticas, embora, vá-se lá saber porquê, os ministros do Ambiente e da Economia tenham declararado já o “interesse público” do investimento.
Que mais poderemos esperar de quem impede os pescadores de praticarem a sua actividade em zonas onde laboram há milhares de anos porque constituem um sério atentado à saúde do Parque Natural da Arrábida mas que dá a benção a este tipo de projectos.
Que mais poderemos esperar de quem aconselha aos empresários estrangeiros que invistam em Portugal porque os custos de mão-de-obra são os mais baixos da Europa, ou que anuncia que quer mudar o nome ‘Algarve’ para ‘ALLgarve’ (dito com british accent) de forma a internacionalizar ainda mais a região.
Contente da vida com a notícia sobre a ‘Costa Terra’ ficou, pasmem-se, o presidente da Câmara Municipal de Grândola que insistentemente afirmou que os empreendimentos previstos para o seu concelho «vão cumprir as melhores práticas em termos ambientais».
Onde é que eu já ouvi isto?..
Segundo a notícia do ‘Região de Setúbal On-Line’, o projecto inclui 3 hóteis, 5 aparthoteis, 4 aldeamentos turísticos, 204 moradias de turismo residencial, um campo de glofe, um centro equestre, uma clínica de medicina desportiva, geriatria e talassoterapia, dois clubes de ténis e ginásios, um fórum comercial e, e, e, e...
O ‘Costa Terra’ é o 3.º grande projecto turístico que arranca no concelho de Grândola no espaço de um ano, depois do Tróia Resort e da ‘Herdade do Pinheirinho’, da empresa... Pelicano.
Este último prevê a construção de 2 hóteis, 4 aparthoteis, 3 aldeamentos, 204 moradias e um campo de golfe.
Mas afinal quem são os “litoral killers”?
22 de mar. de 2007
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4 comentários:
O Ministro da Economia e o Ministro do Ambiente e, por intermédio deles, o governo, fazem o jogo daqueles grandes grupos financeiros que têm muita liquidez para investir e procuram os negócios de rentabilidade assegurada no curto prazo. Neste caso, o que está em causa, são projectos destinados a aproveitar a reconversão de terrenos classificados e sem capacidade construtiva conferindo-lhes a hipótese de edificar em larga escala. Neste processo geram-se mais-valias fabulosas, a que o governo dá a sua chancela, não só pela via administrativa como ainda concedendo todo o tipo de apoios que os Projectos de Interesse Nacional supostamente arrecadam. O problema está no carácter marcadamente especulativo do negócio, que vive da alavanca fornecida pelo poder político (e daí o fraco valor económico do mesmo) e nos impactos negativos ambientais. Em qualquer país europeu desenvolvido este tipo de negócio seria impossível de se realizar, já que as mais valias seriam fortemente tributadas ou acumuladas pelo Estado. Eis a diferença. O Litoral Alentejano vai ser assaltado por uma onda de projectos "turísticos" que lhe vão amputar aquilo que de mais precioso podia oferecer. Faremos o balanço daqui por uns anos. Infelizmente nessa altura já será tarde demais.
A culpa é do estado e muit particularmente dos presidentes de Câmara!!!
É urgente fazer parar esta corja de autarcas.
Estão formatados para a mediocridade e estragam este PaÍs.
Por todo o lado há gente deste calibre que rapidadmente são apadrinhados por qualquer Manelzinho de economia pelicanense.
E o pior é que a ave vai voando para os nossos lados.
A esta ave já lhe cheira à vossa carne podre.
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