Como foi anunciado durante a última discussão pública do Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra, o advogado José Sá Fernandes interpôs uma providência cautelar que ameaça suspender o processo. As declarações do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, ao ‘Região de Setúbal On-Line’ sobre este facto são sintomáticas do mal-estar que isto causou junto dos promotores da pseudo-ecológica cidade que querem construir na Mata de Sesimbra. O que me leva a concluir isto, é que o edil, ao contrário do que seria expectável, não se afirmou tranquilo em relação aos possíveis desenvolvimentos. Como diria o povo, quem não deve… não teme. Mas, ao invés disso, o autarca optou por pôr em causa as capacidades de análise do referido advogado. Augusto Pólvora declarou ao jornal on-line: «Acho notável que uma pessoa venha consultar o plano no último dia, durante meia hora, e que decida de imediato interpor uma providência cautelar». Até porque, segundo frisou, o Plano de Pormenor em causa «é complexo, tem milhares de páginas e é de difícil análise para quem não tem formação na área urbanística».
Estas afirmações do edil não me espantam. Até porque, durante a última sessão pública, de cada vez que foi confrontado com questões mais incómodas sobre o projecto, o edil concluiu, perante a plateia, de forma muito indelicada, que quem lançava assim críticas ao processo não sabia ler mapas nem tinha capacidade para entender a complexidade do projecto, ao contrário, claro, dele próprio e dos promotores turísticos.
As dúvidas de Augusto Pólvora sobre a actuação de Sá Fernandes suscitam-me ainda mais dúvidas. Afinal, desde o primeiro momento que o plano está disponível num site, acessível em qualquer parte do mundo, por qualquer pessoa, pelo tempo que ela bem entender. Não sei o que advogado fez na meia-hora que esteve na Câmara a consultar o processo, mas isso parece ter apoquentado o edil…
Segundo a referida notícia, Augusto Pólvora salientou a elevada participação verificada nas sessões públicas, lamentando os «poucos contributos escritos» que chegaram à Câmara. Espero, no entanto, que as intervenções da população, durante as sessões, seja tomada em consideração, caso contrário, as dezenas (ou centenas) de cidadãos mobilizados para a discussão estiveram a perder o seu tempo… mesmo, não tendo qualquer conhecimento nem capacidade para ler mapas ou entender a complexidade do plano, apenas perceptível por alguns iluminados. Depois de todo o exposto e das reacções que têm vindo a público, julgo que é legítima a preocupação em relação à possibilidade de o presidente da autarquia fazer orelhas moucas a essas intervenções. Até porque, segundo a mesma notícia, o edil conclui que, durante todo este tempo não se discutiu «o essencial», sendo a providência cautelar interposta comparada a um coelho que alguém resolveu tirar «da cartola».
Anda aqui alguém a menosprezar, escandalosamente, as capacidades dos cidadãos?
Ou, afinal de contas, nunca ninguém percebeu, efectivamente, nada sobre tudo isto. Só Augusto Pólvora sabe de tudo. Nunca tem dúvidas e raramente se engana.
Estas afirmações do edil não me espantam. Até porque, durante a última sessão pública, de cada vez que foi confrontado com questões mais incómodas sobre o projecto, o edil concluiu, perante a plateia, de forma muito indelicada, que quem lançava assim críticas ao processo não sabia ler mapas nem tinha capacidade para entender a complexidade do projecto, ao contrário, claro, dele próprio e dos promotores turísticos.
As dúvidas de Augusto Pólvora sobre a actuação de Sá Fernandes suscitam-me ainda mais dúvidas. Afinal, desde o primeiro momento que o plano está disponível num site, acessível em qualquer parte do mundo, por qualquer pessoa, pelo tempo que ela bem entender. Não sei o que advogado fez na meia-hora que esteve na Câmara a consultar o processo, mas isso parece ter apoquentado o edil…
Segundo a referida notícia, Augusto Pólvora salientou a elevada participação verificada nas sessões públicas, lamentando os «poucos contributos escritos» que chegaram à Câmara. Espero, no entanto, que as intervenções da população, durante as sessões, seja tomada em consideração, caso contrário, as dezenas (ou centenas) de cidadãos mobilizados para a discussão estiveram a perder o seu tempo… mesmo, não tendo qualquer conhecimento nem capacidade para ler mapas ou entender a complexidade do plano, apenas perceptível por alguns iluminados. Depois de todo o exposto e das reacções que têm vindo a público, julgo que é legítima a preocupação em relação à possibilidade de o presidente da autarquia fazer orelhas moucas a essas intervenções. Até porque, segundo a mesma notícia, o edil conclui que, durante todo este tempo não se discutiu «o essencial», sendo a providência cautelar interposta comparada a um coelho que alguém resolveu tirar «da cartola».
Anda aqui alguém a menosprezar, escandalosamente, as capacidades dos cidadãos?
Ou, afinal de contas, nunca ninguém percebeu, efectivamente, nada sobre tudo isto. Só Augusto Pólvora sabe de tudo. Nunca tem dúvidas e raramente se engana.