31 de jul. de 2009

O Trânsito (parte IV)

Por fim...
E para fechar este triste capítulo, convém sublinhar que, na entrevista que deu à Sesimbra TV sobre o trânsito na vila de Sesimbra, o presidente da Câmara em nenhum momento refere os seus habitantes.
Sim, não há uma única palavra sobre esses que por aí andam... a atravessar-se no caminho dos turistas que são quem realmente importa...

24 de jul. de 2009

Abertura do grande festival 'coltural' deste Verão: 'O Corta Fitas'

Notícia aqui.

O Trânsito (parte III)

Sim, a entrevista não foi brilhante, e tem dado assunto para desdobrar em vários posts, e este não é, certamente, o último que publicarei sobre o tema. Mas, de facto, basta atentar à forma como começou, para perceber que a entrevista não poderia correr bem. O presidente da Câmara fala durante cerca de 20 minutos... O que é muito tempo... e aumenta as probabilidades de dizer muita coisa. Coisas mais certas, e coisas menos certas. Acontece a qualquer um.
Mas basta escutar os primeiros 5 minutos da conversa para perceber que a coisa só podia correr mal. (O que nasce torto...)
Ora bem, o autarca começa por reconhecer que "é óbvio que existe um problema de trânsito em Sesimbra". Até aqui tudo bem. Mas a primeira justificação apontada é, a modos que, estranha. Diz Augusto Pólvora que a vila "não foi dimensionada para o trânsito automóvel", sobretudo porque o seu "núcleo antigo, com centenas de anos" foi criado "numa época em que nem sequer havia carros".

Alguém é capaz de explicar ao senhor que, apesar de parecer estranho, o mundo surgiu primeiro, depois os dinossauros, mais tarde as pessoas, as ruas e as casas e, só muito recentemente apareceram os automóveis?...

23 de jul. de 2009

O Trânsito (parte II)

Durante a entrevista que o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra dá à Sesimbra TV sobre a circulação automóvel e o estacionamento nesta vila, Augusto Pólvora expõe o quebra cabeças com que tem andado entretido ao longo dos últimos anos.
Diz o edil que "é conhecida a estratégia" seguida pela autarquia, "de criar vários pontos de estacionamento relativamente próximos do centro da vila, de forma a que as pessoas possam depois deslocar-se a pé". Nesse sentido, sublinha, "está criado, há 4 anos, o parque de estacionamento do Mar da Califórnia, com cerca de 500 lugares", que, conclui, "raramente enche". No entanto, e mantendo a mesma estratégia... de seguir em frente às apalpadelas, "está em construção, neste momento, um outro silo automóvel associado à unidade turística junto ao Hotel do Mar" que o presidente espera que esteja a funcionar no próximo ano, e que permitirá disponibilizar mais 300 lugares de estacionamento. Por outro lado, foi "também adjudicada a requalificação do estádio da Vila Amália, que prevê um parque de estacionamento público com mais 400 lugares".

Sesimbra tem um problema de estacionamento. É verdade.
Sesimbra tem parques de estacionamento pagos. É verdade.
Os parques pagos não enchem. É verdade.
O problema do estacionamento mantém-se. É verdade.
Mas há mais parques de estacionamento na calha (cuja criação depende do surgimento de novos grandes empreendimentos turísticos e/ou projectos imobiliários). Também é verdade.
Se os parques que existem não têm sido solução, ao arranjar mais uns quantos o senhor presidente acha que vai conseguir "ensinar" aos turistas pobretanas que para aqui andam, como devem gastar uns cobres? Ou, pelo contrário, esses parques vão contribuir para agudizar o problema?
Afinal é Sesimbra que está mal, ou são as "estratégias" de desenvolvimento que lhe aplicam em cima que estão a bater todas ao lado?

22 de jul. de 2009

O Trânsito (parte I)

Proletários de todo o mundo...
Não venham para Sesimbra

"A solução para o turismo que queremos; um turismo com capacidade financeira e com capacidade de fazer negócio na vila... o que nos interessa é ter uma capacidade de resposta ao nível dos parques de estacionamento, mas têm de ser pagos.
Não podemos querer uma vila com gente e com capacidade de fazer negócio, para atrair aqui turistas que querem trazer o carro até à borda de água e que ainda reclamam porque têm que pagar por um lugar de estacionamento. Quando as pessoas vão a um centro comercial, uma estação de comboio, ou a qualquer sítio, têm que pagar pelo parque.
Se há um turista que acha que pagar 1 ou 2 Euros para estar estacionado num parque é demais, então eu penso que esse turista não interessa a Sesimbra. Esse turista não interessa ao comércio local de Sesimbra. É óbvio que isto pode ser muito agressivo dito desta maneira, porque a praia é pública e a vila é pública, mas se as pessoas não têm recursos para usar o meio de transporte individual, então há sempre hipótese de utilizar o transporte público e assim já não têm o problema do estacionamento. (...) Se quer trazer o carro, tem de estar preparado para pagar esse estacionamento. Porque esse estacionamento mais perto do centro é um serviço que tem de ser pago porque não há outra forma de resolver este problema."

Comentário do presidente da Câmara, Augusto Pólvora, sobre o problema da circulação automóvel e do estacionamento na vila de Sesimbra na SesimbraTV.

Não acredito em bruxas, mas que as há...


Notícia publicada no Correio da Manhã, a propósito do incêndio no concelho de Sesimbra:

(...)
QUERCUS SUSPEITA DE INTERESSES IMOBILIÁRIOS
A Quercus suspeita de que haja interesses imobiliários por detrás do incêndio que destruiu mais de cem hectares de floresta na Herdade da Apostiça, em Sesimbra. "Sabemos que as zonas ainda verdes de Seixal e Almada são muito apetecidas e há muitos anos que existem interesses de urbanização na zona ardida", diz ao CM Carla Graça, presidente do núcleo de Setúbal da associação ambientalista, frisando não poder "apontar nada de específico". De qualquer forma, o CM sabe que a PJ de Setúbal está atenta aos fogos na Margem Sul.
Recorde-se que em 2003, quando Isaltino Morais era ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, esteve para nascer na Mata de Sesimbra um megaprojecto imobiliário de 5200 hectares. O projecto da Pelicano previa investimentos de 800 milhões de euros em vários aldeamentos turísticos com capacidade para trinta mil pessoas. Foi o actual Governo que em 2007 chumbou o plano.
Quanto ao impacto ecológico do incêndio, a dirigente da Quercus desdramatiza. "Os incêndios fazem parte do clima mediterrânico e a vegetação regenera-se. Não é um desastre ecológico, mas coloca questões ao nível da gestão florestal", diz, apontando "problemas clássicos" como "perímetros urbanos mal definidos, com o mato a entrar em casas das pessoas".

DISCURSO DIRECTO
"2 FOCOS INDICIAM MÃO CRIMINOSA" (Octávio Machado, Presidente Bombeiros Vol. Palmela)
CM – Há muito tempo que não se via incêndios de tão grande dimensão na Margem Sul.
O.M. – Sim. Já não estava habituado e causa-me algum espanto. As condições meteorológicas ajudam a explicar e o facto de terem aparecido dois focos, o que indicia mão criminosa. Mas há muito a fazer em termos de planeamento florestal. (...)

17 de jul. de 2009

"Contas são contas"

Em artigo de opinião hoje publicado no jornal 'Nova Morada', o candidato do PS à Câmara Municipal de Sesimbra, Américo Gegaloto, mostra-se incomodado com a utilização comum, em documentos oficiais (e nas mais diversas circunstâncias, acrescentaria eu), da expressão "o actual executivo, de maioria CDU". O candidato socialista esclarece que o executivo camarário tem apenas 3 elementos da CDU, outros 3 do PS e um do PSD.
De facto, assim é. Mas a confusão parece ser generalizada e (acrescento eu) justificada. O candidato, bem como os 3 elementos do PS que integram o executivo camarário, deveriam questionar-se a si próprios sobre o porquê desta confusão, que agora tanto os incomoda. Não é de um dia para o outro que se contraria uma ideia que se foi instalando, tranquila e calmamente, desde há 4 anos, certo?
Até em recente entrevista à 'Sesimbra FM' o candidato do Bloco de Esquerda à Câmara, Carlos Macedo, teve de corrigir uma pergunta da jornalista que referia, precisamente, essa "maioria comunista" que governa a Câmara. Estranho? Talvez não.
Como diz, no seu artigo de opinião Américo Gegaloto, "contas são contas". Está certo. E oposição tem sido oposição?

16 de jul. de 2009

Eles já andem aí

É verdade.
Para quem ainda duvidava, Augusto Duarte já assumiu em declarações ao 'Setúbal na Rede' que vai mesmo apresentar candidatos a todos os órgãos autárquicos do concelho, exceptuando a freguesia de Santiago.
Na entrevista, o ainda presidente da Junta da Quinta do Conde, vem exigir "respeito pelo concelho" porque a "população é maltratada" e acusa o actual executivo da Câmara de andar a empregar mal o dinheiro. Augusto Duarte avança já algumas medidas: "baixar o preço da licença de construção no concelho" e "criar um parque industrial".
Medo!

15 de jul. de 2009

Euromilhões

O folclore tem sido tanto que a última edição do jornal 'Notícias da Zona' anuncia que saiu o Euromilhões à Quinta do Conde. Também o mais recente 'Sesimbra Município' escarrapacha nas páginas centrais um 'Plano Integrado de Valorização da Quinta do Conde' que permite aos quintacondenses sonharem com o paraíso à face da terra num estalar de dedos: rede de ciclovias, complexo desportivo municipal, requalificação do polidesportivo do Pinheiro, espaço de desportos radicais, parque dos pinheiros, parque dos eucaliptos, requalificação urbana da Cova dos Vidros e do antigo Largo do Mercado, Pavilhão Municipal Multiusos, Centro de Inovação e Participação Associativa, Comunidade de Inserção, Campo Scout, Biblioteca Municipal, Auditório Municipal, e, e, e... Uff!
De facto, a Quinta do Conde precisa de muita coisa. Todo o concelho precisa de muita coisa. Pena que só se pense nisso a poucos meses de eleições autárquicas e que a imagem do concelho ideal esteja sempre, nestas alturas, a um curto passo de distância, quando todos sabem os anos que demoraram a fazer com que se chegasse até aqui. Está oficialmente declarada aberta a pré-campanha eleitoral. E, pior, é grave que se utilize, uma vez mais, o 'Sesimbra Município' para fins panfletários e propagandísticos.
Como diriam os criativos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a propósito do Euromilhões... "CDU, a criar excêntricos desde 2009"!
Já agora, falando dos problemas reais. Ponha o dedo no ar quem ainda não tem saneamento básico. Sim, no nosso concelho, virado para o turismo, isso ainda é uma excentricidade! Esperemos pelo próximo boletim. Pode ser que nos façam sonhar também.

10 de jul. de 2009

Em construção...

Depois das últimas autárquicas, a Junta de Freguesia do Castelo, numa clara aposta na imagem, na divulgação e... na propaganda, claro, lançou um site. Estamos em 2009, e a mesma Junta tem um novo website em construção. Na era das novas tecnologias, uma junta de se preze não deve apenas preocupar-se em estar acessível em qualquer lugar do mundo, mas sim ir fazendo e desfazendo sites. Isso é que é a parte mais engraçada destas coisas! Eu (como muita gente, aposto) era bem capaz de encontrar melhores projectos e mais relevantes onde aplicar o dinheiro.

9 de jul. de 2009

Ainda a Mata de Sesimbra


Consultando nos últimos dias o site da Câmara Municipal de Sesimbra, qualquer munícipe fica inebriado com a quantidade de eventos que vão animar os próximos dias. Ele é concertos, espectáculos, passeios, quinzenas gastronómicas, festivais medievais e outros que tais, e ainda as tão propaladas "opções participadas" ou a campanha do 'oleão'. Por estranho que pareça (ou não) os meios "informativos" (leia-se antes "propagandísticos") de que a Câmara Municipal de Sesimbra dispõe não fazem, no entanto, qualquer alusão ao processo de consulta pública em curso relativa ao empreendimento turístico da Mata de Sesimbra Sul.
São, como dizer... prioridades... às quais nos vieram habituando.
É preferível anunciar a abertura do renovado posto de turismo, ou o saltitante-brilhante-neonizante programa de animação dos próximos dias, a informar os munícipes de que o Estudo de Impacte Ambiental, incluindo o seu Resumo Não Técnico, relativos ao referido mega-projecto imobiliário, estão disponíveis para consulta pública, durante 30 dias úteis (de 3 de Julho de 2009 a 13 de Agosto de 2009) nos seguintes locais:
1) Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (Rua da Artilharia 1, n.º 33, 1269-145 Lisboa)
2) Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo - Delegação Sub-Regional da Península de Setúbal (Avenida D. João II, 46-B, 2910-549 Setúbal)
3) Agência Portuguesa do Ambiente (Rua da Murgueira, 9/9A - Zambujal, Ap. 7585, 2611-865 Amadora)
4) Câmara Municipal de Sesimbra (Avenida da República, 2970-741 Sesimbra)
O resumo não técnico, pode ainda ser consultado na Junta de Freguesia do Castelo, encontrando-se também disponível no endereço www.ccdr-lvt.pt.

As opiniões e sugestões devem ser apresentadas por escrito e dirigidas ao Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

Segundo o anúncio publicado pela CCDR-LVT, o licenciamento (ou a autorização) do projecto só será concedido após Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Condicionalmente Favorável emitida pelo Senhor Secretário de Estado do Ambiente, ou decorrido o prazo para a sua emissão.
Assim, a Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 22-10-2009.
Ou seja... apenas 10 dias após as eleições autárquicas.

8 de jul. de 2009

E agora onde vão eles botar as belas estátuas dos espadartes?!

Um estudo elaborado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e que pode ser consultado até final de Agosto, defende a aplicação de novas normas de construção para as rotundas.
Segundo os responsáveis pelo trabalho, "cada vez se associa a rotunda a um monumento" mas a proposta passa pela ausência de elementos rígidos nas ilhas centrais, pelo que deverão ser "evitadas estátuas, fontes, árvores, rochas ou qualquer outro tipo de dispositivo rígido ornamental".
Isto vai ser uma chatice... com tanta nova rotunda a nascer no concelho, ou bem que se apressam a inaugurar, com a pompa e a circunstância que lhes é reconhecida, as estátuas nas rotundas... ou bem que os momentos corta-fitas podem ser substancialmente reduzidos... Enfim, uma dor de cabeça sei eu bem para quem.

7 de jul. de 2009

Perante estas declarações, só podemos rir, para não chorar

"É importante porque, ao nível do emprego, estamos a falar de mais 161 postos de trabalho, e num momento de crise como aquele que vivemos, isto é extremamente importante para o concelho, como é para o país.
É importante também porque é uma loja com uma gama de produtos diferentes em termos de oferta que já tínhamos aqui na zona sul do concelho e, portanto, dá resposta também a algumas necessidades óbvias dos consumidores."
Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, em declarações à Sesimbra TV, na inauguração do novo 'Modelo' da Venda Nova

"Pelo facto de estarmos a concentrar estas médias superfícies numa única zona e não andarmos a espalhar estas médias superfícies pelo concelho, do nosso ponto de vista, o pequeno comércio está devidamente salvaguardado. Até porque hoje em dia, toda a gente tem carro. Se o concelho de Sesimbra não adoptasse estas médias superfícies, facilmente as pessoas se deslocariam para fora do concelho às médias superfícies contíguas."
Vereador das Actividades Económicas da Câmara Municipal de Sesimbra, José Polido, em declarações à Sesimbra TV, na inauguração do novo 'Modelo' da Venda Nova

1. A grande maioria dos postos de trabalho criados pela nova superfície comercial são precários.
2. Era importante que alguém explicasse aos consumidores do concelho quais são as tais gamas diferentes de produtos com que a nova superfície pode suprir as "necessidades óbvias" que o presidente da Câmara sabe que os consumidores do concelho têm.
3. Convém também explicar o significado da palavra "concentração". Ora, na freguesia de Santiago já temos um Minipreço, e perspectiva-se um Pingo Doce. Na freguesia do Castelo já existem dois Pingos Doces, um Lidl, um SuperSol, e agora a jóia da coroa: o Modelo. Na freguesia da Quinta do Conde, temos também um Modelo, um Pingo Doce, um Lidl e um Feira Nova. Quanto a concentração de grandes superfícies no concelho estamos conversados e não me parece que isto suscite grandes lapsos, certo?... E com tamanha oferta... o senhor vereador ainda receia que a população pegue no carrinho para ir a grandes superfícies nos concelhos das redondezas?...