Talvez em ti acabem hoje todas as nascentes,
e nas rugas que, numa e noutra face,
esculpiram o medo e a sabedoria,
se possa ler em comovido olhar
o princípio, o meio e o fim desse caudaloso
fluir que outrora chamámos vida.
Talvez agora, tal como ontem e sempre,
comece a própria morte,
aquilo que nos devora,
aquilo que nos convoca para o silêncio e para
a mão que escreve, sonâmbula e feroz,
estremecendo.
José Agostinho Baptista
Agora e na Hora da Nossa Morte
20 de jul. de 2006
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2 comentários:
Um dos mais belos livros da poesia portuguesa do século XX.
Obrigado barco. Agradeço também pelo coque que só leu poesia na primária e não gosta de lavar os dentes
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