4 de jul. de 2006

Como é que foi que disse?

Na penúltima edição do jornal ‘O Sesimbrense’ foi anunciado que a providência cautelar, prometida por alguns contestatários do projecto imobiliário previsto para a mata de Sesimbra, afinal, não seria entregue.
A “notícia” não era confirmada. O(a) seu/sua autor(a) afirmava-o claramente:
«E fizeram-no, ao que julgamos saber, porque houve tácito conhecimento de uma nova decisão da Edilidade, em consequência do teor das críticas das três sessões de discussão pública». E acrescentava ainda: «ao que julgamos saber, o expediente jurídico da providência cautelar não vai avançar».
Tudo mera suposições… que, curiosamente, surgiam na mesma edição em que o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra deu uma extensa entrevista sobre o turismo… ou melhor, sobre o projecto previsto para a Mata, suas vantagens e benefícios.
Como diria uma escritora light da nossa praça: não há coincidências.

Na sua última edição, ‘O Sesimbrense’ dá o dito pelo não dito. Ou melhor, é obrigado a precisar as conjecturas avançadas. Afinal, «de facto, o que houve foi a “travagem” sequencial que a noticia deixa perceber, aguardando diversas clarificações solicitadas à Câmara».
Não percebo, por isso, porque continuam a chamar-lhe “notícia”. De qualquer forma, o jornal parece assumir o erro.
Mas assumirá mesmo?
Afinal, o(a) seu/sua autor(a) escreve que até há qualquer coisa de verdadeiro que a 1.ª notícia «deixa perceber». Mas não afirma. Apenas sugere.

Essa 2.ª “notícia” diz ainda: «Expirado em 25 de Junho o prazo estabelecido, os mentores da providência cautelar estão a analisar o que puderam apurar, complementarmente, decidindo então se vão ou não avançar com os propósitos enunciados».
A partir daqui, o leitor supõe que o prazo que expirou diz respeito ao prolongamento da discussão pública. No entanto, esse apenas terminou em 27 de Junho, como tal, não se percebe a que se refere o texto.
Por fim, concluiu-se que «há que aguardar» que os subscritores da providência cautelar analisem os factos. Mas mesmo essa informação é inferida. Diz a “notícia”: «E é isso mesmo que se infere do texto de “Ondulações” que Eduardo Pereira assina nesta mesma página de leitura obrigatória para os muitos interessados».
Com tanto diz que disse, dá vontade de pedir: explique-me lá o que quer dizer, mas como se eu fosse muito burr@.

3 comentários:

Anônimo disse...

O sesimbrense gera em mim um sentimento que não sei como clasificar, não sei se choro a rir ou se rio de chorar.

Anônimo disse...

ao que julgamos saber, é o dr. Sequerra no seu melhor, é espantoso!

Anônimo disse...

Parece que as comadres se estão a zangar ou, pelo menos, a remar cada uma para seu lado.
O jornal anda mesmo à deriva. E como vai ser quando o timoneiro sair?
Ou será que aquilo já anda em piloto automático? Ou à roleta?
É o que se infere, o que julgamos saber, o que se deixa perceber...
Perceber? Mas quem consegue perceber alguma coisa?
Há que aguardar. Pois "augardemos"...