No editorial do mais recente 'Sesimbra Municipío', o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, mostra-se satisfeito e confortável perante os resultados eleitorais que obteve. Nem outra coisa seria de esperar. Se há 4 anos, com uma "maioria eleitoral frágil", como diz, se propôs a ser "presidente de todos os sesimbrenses", agora, perante a maioria absoluta alcançada nas últimas eleições, Pólvora anuncia: "aquilo que podem esperar de nós é governar para todos os sesimbrenses e tratar todos por igual".
Estas afirmações confundem-me... Será que Augusto Pólvora acha que poderia ser de outra forma?! É que isto é tão óbvio que afirmá-lo como se fosse um compromisso é absolutamente inócuo e até constrangedor. Estas são afirmações completamente vazias de sentido e de conteúdo, que só podem incomodar quem as lê. A Augusto Pólvora, talvez lhe tenha parecido uma coisa bonita de dizer.
Da mesma forma que é... bonito... afirmar que aquilo que espera das diversas forças políticas é "cooperação, sentido de responsabilidade e uma postura construtiva em caso de oposição". "Em caso de oposição"?! Pois é, a democracia tem destas coisas. Apenas se não fosse uma democracia, se colocaria o "caso" de haver um "caso" em que uma força política não adoptasse a referida postura determinada por Pólvora "em caso" de oposição.
E será que uma força política que não se assuma como oposição não precisará de adoptar uma posição de "cooperação, sentido de responsabilidade e uma postura construtiva"? Hmmm...
Resumindo, atrevo-me a dizer que este será o editorial menos inspirado de sempre de Augusto Pólvora. A última frase é, sem dúvida, a chave de ouro, que tem a graça e o encanto duma casa de emigrantes na Guarda: "Aquilo que sabemos é que Sesimbra vai continuar a mexer, connosco, convosco, com todos!". Bonito...
Nas páginas 8 e 9 desta publicação é apresentada a constituição dos novos órgãos autárquicos. E aqui já é visível como Augusto Pólvora sabe ser "presidente de todos" por igual. Assim, no que diz respeito ao executivo da Câmara, da mesma forma que enumeram os pelouros atribuídos aos vereadores, poderiam e deveriam afirmar apenas que Américo Gegaloto (PS) não tem pelouros. Mas não. Sobre este vereador é dito: "Não aceitou os pelouros propostos pelo presidente da Câmara". Quase soa a queixinhas que é uma coisa tão feia... Ora, na mesma ordem de ideia deveria ter sido dito, relativamente ao vereador do PSD: "aceitou os seguintes pelouros propostos pelo presidente da Câmara". Certo?
Provavelmente, o que Augusto Pólvora se esqueceu de referir no seu inspirado editorial é que, "em caso de oposição" é uma coisa, e em caso de cooperação é outra.
Em ambos os casos, diria eu, é mesmo determinante "o sentido de responsabilidade". Veremos quem aguenta o barco até ao fim.
15 comentários:
brilhante leitura dos tiques adjacentes e já latentes nesta vitória vermelha. Eles bem querem dar outra ideia, mas foge-lhes a caneta para a verdade.
O Barco a remos está no seu melhor. Parabens pelo texto e pela capacidade de tornar claro aquilo que é o real pensamento desta trupe que nos governa.
Beijos à tia...
então e se a verdade for a que está escrita?
que os pelouros do psd foram pedidos pelo actual vereador?
O gerador do cabo?
Quais foram os pelouros que o PS pediu? Ou não fizeram uma contra proposta ao que o presidente Pólvora ofereceu?
Ao ler a última frase do editorial, eu também senti um arrepio ... agora já percebi o que foi. Foi a visão de uma casa de emigrantes na Guarda! Azulejos por fora e tudo! Que horror!
Obrigado barco a remos, pela ilustração tão bem pintada!
Este texto tem assim um sabor a quem está, digamos, fora da carroça.
Claro que o editorial pode não ser uma obra poética, mas é obviamente uma conversa de circunstância que não aquece nem arrefece.
Comentários destes é que não sabem a nada. Nem são oposição que mereça o nome, nem são coisa nenhuma.
Para se fazer oposição ao Polvora será necessário mais que isto. Isto só traz descredibilidade ao bloguer mesmo escrevendo sob pseudónimo. Será preciso mais que isto para os socialistas aparecerem aos olhos do eleitorado como alternativa credivel.
Atenção, há por aí muito socialista emigrante, com casas na Guarda. Exige-se mais respeito institucional, mas quem não respeita os seus...
Ao anónimo das 6.08
Se algum socialista tem casa na Guarda, não sei quem será, mas a simples invocação do termo emigração presupõe xenofobia. Sendo o meu caso em termos concelhios, considero este comentário despropositado pois alguns sesimbrenses consideram que quem não nasceu em Sesimbra é menos digno de ser sesimbrense. Eu pessoalmente considero que é mais louvavel aquele que é sesimbrense por opção que aquele que o é apenas por cá ter nascido sem direito de escolha. Dignos são TODOS! Já agora, convém não esquecer que os ditos "emigrantes" são hoje a esmagadora maioria da população sesimbrense.
Escrever estes comentários xenófobos sob anonimato diz muito sobre a personalidade do autor!
Sr. Rui Viana, esclareça-me por favor, como conseguiu interpretar o meu comenário dando-lhe o sentido que lhe deu ?
Não fui eu que introduzi a comparação absurda dos "emigrantes" com casas na Guarda. Releia por favor, o post e veja quem está a ser inconveniente... ou xenófobo.
Ao anónimo das 9.07
Tem razão e peço desde já as minhas desculpas.
Embora esta questão dos "emigrantes" concelhios seja uma questão recorrente ela foi neste caso desadequada por não ter (re)lido o antepenultimo comentário.
Por norma, para não se perder o contexto, é habito nestes comentários iniciá-los com a indicação do comentário a que nos referimos, como faço no cimo deste.
No entanto isso não anula a minha falta de atenção pelo que repito os meus pedidos de desculpa!
Pedido de desculpas aceites e retribuídas, uma vez que o induzi em erro.
Cordiais Cumprimentos
este último anonimo e o Rui Viana estã a preparar o assalto?
Seria uma grande falta de respeito assaltar uma casa que está moribunda a ser guardada por pobres velhotes que já mal nem se mexem.
Respeito pelos velhotes que eles não têm pra onde ir e precisam da casita para se manterem abrigados apesar de deixarem a casa em ruinas.
Estão é com "dor de corno", levaram uma "cabazada" à moda antiga por não saberem gerir o concelho enquanto cá estiveram.... enfim "Muito fala quem é vivo"... já diziam os antigos.
Cresçam e apareçam e não se escondam em blogues mesquinhos que.... como se vê.... não servem para nada!
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