A última Assembleia Municipal de Sesimbra terá sido, sem margem para dúvidas, uma das mais participadas dos últimos tempos, e onde a actuação do executivo camarário foi mais criticada, não pelas bancadas que representam os diversos partidos políticos ali representados, mas pela intervenção do público. Nesse momento da reunião, foram feitas cinco intervenções, sendo que três delas foram bastante críticas. E destas, uma foi... diria mesmo, arrasadora. A resposta do presidente da edilidade foi contida e pouco esclarecedora.
Um dos pontos da ordem do dia implicou a intervenção de representantes da Assembleia Municipal de Jovens. Os estudantes dos diferentes estabelecimentos de ensino do concelho, vá-se lá saber porquê, afinaram pelo mesmo diapasão de crítica, pondo o dedo nas feridas abertas da actual gestão camarária, expondo um rol de legítimas preocupações. Aqui, a resposta do presidente da edilidade foi pouco contida e esclarecedora.
Disse que os jovens, por serem jovens, não tinham sido capazes de efectuar um levantamento correcto dos problemas, mas numa próxima oportunidade teria todo o gosto em deslocar-se às escolas, respondendo, numa fase prévia, às principais questões colocadas pelos alunos.
Ora bem, Augusto Pólvora não só minimizou publicamente a capacidade e inteligência dos alunos, futuros eleitores deste concelho (que se envolveram neste projecto da ‘Assembleia Municipal de Jovens’ que tem como objectivo envolver os estudantes na vida do município, contribuindo assim para a sua formação cívica), como ainda se ofereceu para, numa próxima oportunidade organizar “comiciozinhos” nas escolas.
E esta hein?!
4 de jul. de 2007
3 de jul. de 2007
Educação sem paixão
A Junta de Freguesia de Santiago tem publicado no seu site entrevistas mensais com algumas personalidades. O mês de Julho, que ainda há pouco abrimos, traz-nos Esequiel Lino. Os últimos acontecimentos relacionados com as comemorações dos 30 anos do poder autárquico espicaçaram-me a curiosidade para perder cerca de 40 minutos do meu dia a ouvir aquele que governou o concelho durante mais de 20 anos.
O entrevistador e presidente da Junta de Freguesia de Santiago, Félix Rapaz, começa por dizer que a conversa decorrerá numa “zona paradisíaca”. Mas a entrevista não decorre nas Maldivas nem nas Seychelles, e sim no bar do Hotel do Mar. Félix Rapaz começa por dizer que, “para o bem e para o mal”, Esequiel Lino marcou Sesimbra, mas a frase não incomoda o interlocutor. A história conta-se depressa, Esequiel Lino é da Maçã, percorria 7 km para ir para a escola, jogou futebol nos juniores do Sesimbra com um cartão falsificado, mais tarde passou pelo teatro de guerra em África, onde descobriu um livro de Fidel Castro que mudaria para sempre a sua vida. Trabalhou na banca e marcou pontos no sindicato do sector. Foram as “circunstâncias da vida” que o conduziram à comissão administrativa que governou o concelho de Sesimbra no pós-25 de Abril. Assume ser um “idealista”, característica que chocou com o aparecimento dos “políticos profissionais” que “tinham uma linguagem pela frente e outra por trás” e mantinham “jogos de poder”, com os quais se confrontou naquele que Esequiel Lino elegeu como o pior momento da sua governação: a polémica que surgiu no Meco aquando da discussão do 1.º Plano Director Municipal. Segundo o ex-presidente, um movimento contestava o excesso de construção prevista para aquela área da freguesia do Castelo. A polémica foi acompanhada pela SIC que surgia na época e que apanhava sempre quem “fazia xixi fora do penico” e pelo “então director da Grande Reportagem, Miguel Sousa Tavares”, que Esequiel chama de “mentiroso” e “indivíduo sem moral”. Esequiel Lino critica ainda a perda de identidade de Sesimbra e defende que o concelho tem de voltar-se para o mar.
Mas Esequiel Lino associa o melhor momento da sua governação ao impulso que foi dado à educação, ao dotar o concelho de infra-estruturas que evitaram que os alunos, terminado o 1.º ciclo, tivessem de sair para os concelhos de Almada e Seixal para prosseguirem estudos. Não deixa de ser curiosa esta constatação, numa altura em que a oferta de ensino secundário no concelho escasseia e não dá resposta às necessidades crescentes. Os jovens da Quinta do Conde são obrigados a sair para os concelhos limítrofes e o problema arrasta-se sem solução há vários anos. Aquilo que agora é visto como um avanço significativo alcançado ontem, foi já largamente ultrapassado pela realidade e dinâmicas demográficas.
Será que andamos de vistas curtas para a educação?
O entrevistador e presidente da Junta de Freguesia de Santiago, Félix Rapaz, começa por dizer que a conversa decorrerá numa “zona paradisíaca”. Mas a entrevista não decorre nas Maldivas nem nas Seychelles, e sim no bar do Hotel do Mar. Félix Rapaz começa por dizer que, “para o bem e para o mal”, Esequiel Lino marcou Sesimbra, mas a frase não incomoda o interlocutor. A história conta-se depressa, Esequiel Lino é da Maçã, percorria 7 km para ir para a escola, jogou futebol nos juniores do Sesimbra com um cartão falsificado, mais tarde passou pelo teatro de guerra em África, onde descobriu um livro de Fidel Castro que mudaria para sempre a sua vida. Trabalhou na banca e marcou pontos no sindicato do sector. Foram as “circunstâncias da vida” que o conduziram à comissão administrativa que governou o concelho de Sesimbra no pós-25 de Abril. Assume ser um “idealista”, característica que chocou com o aparecimento dos “políticos profissionais” que “tinham uma linguagem pela frente e outra por trás” e mantinham “jogos de poder”, com os quais se confrontou naquele que Esequiel Lino elegeu como o pior momento da sua governação: a polémica que surgiu no Meco aquando da discussão do 1.º Plano Director Municipal. Segundo o ex-presidente, um movimento contestava o excesso de construção prevista para aquela área da freguesia do Castelo. A polémica foi acompanhada pela SIC que surgia na época e que apanhava sempre quem “fazia xixi fora do penico” e pelo “então director da Grande Reportagem, Miguel Sousa Tavares”, que Esequiel chama de “mentiroso” e “indivíduo sem moral”. Esequiel Lino critica ainda a perda de identidade de Sesimbra e defende que o concelho tem de voltar-se para o mar.
Mas Esequiel Lino associa o melhor momento da sua governação ao impulso que foi dado à educação, ao dotar o concelho de infra-estruturas que evitaram que os alunos, terminado o 1.º ciclo, tivessem de sair para os concelhos de Almada e Seixal para prosseguirem estudos. Não deixa de ser curiosa esta constatação, numa altura em que a oferta de ensino secundário no concelho escasseia e não dá resposta às necessidades crescentes. Os jovens da Quinta do Conde são obrigados a sair para os concelhos limítrofes e o problema arrasta-se sem solução há vários anos. Aquilo que agora é visto como um avanço significativo alcançado ontem, foi já largamente ultrapassado pela realidade e dinâmicas demográficas.
Será que andamos de vistas curtas para a educação?
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O último editorial redigido pelo director do jornal ‘Nova Morada’ tem por título ‘Incompatibilidades’. Toda e qualquer semelhança com o assunto que tratei no post ‘(in)compatibilidades’ é pura coincidência.De notar que o texto é encabeçado por numerosos pontos de interrogação. Possivelmente uma gralha de paginação. Curioso que essa foi precisamente a sensação com que fiquei depois de ter lido o texto. Com muitas interrogações e algum pasmo.
1 de jul. de 2007
Assim se vê a força...
«O relatório da IGAT sobre o caso das alegadas reformas fraudulentas de funcionários da Câmara de Setúbal propõe a dissolução da autarquia comunista.
(...)
A investigação da IGAT diz respeito à reforma compulsiva de dezenas de funcionários da câmara de Setúbal, ocorrida durante o primeiro mandato do comunista Carlos Sousa, entre 2001 e 2005.
Segundo a acusação, os funcionários terão sido convencidos pelas chefias a dar cinco faltas seguidas ao serviço sem justificação (ou dez interpoladas) dando origem a processos disciplinares, que terminaram com a proposta de reforma compulsiva antecipada.
A câmara que está em situação de falência financeira desde os tempos da gestão socialista de Mata Cáceres, aliviava assim o encargo financeiro com os funcionários que também não eram prejudicados monetariamente. A Caixa Nacional de Aposentações, ao invés, terá sido defraudada pelo processo.»
(Edição on-line do jornal Sol)
Assim se vê a força...
(...)
A investigação da IGAT diz respeito à reforma compulsiva de dezenas de funcionários da câmara de Setúbal, ocorrida durante o primeiro mandato do comunista Carlos Sousa, entre 2001 e 2005.
Segundo a acusação, os funcionários terão sido convencidos pelas chefias a dar cinco faltas seguidas ao serviço sem justificação (ou dez interpoladas) dando origem a processos disciplinares, que terminaram com a proposta de reforma compulsiva antecipada.
A câmara que está em situação de falência financeira desde os tempos da gestão socialista de Mata Cáceres, aliviava assim o encargo financeiro com os funcionários que também não eram prejudicados monetariamente. A Caixa Nacional de Aposentações, ao invés, terá sido defraudada pelo processo.»
(Edição on-line do jornal Sol)
Assim se vê a força...
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