A última edição do jornal ‘Notícias da Zona’ apresenta um balanço sobre o encontro ’30 Anos de Poder Local Democrático’, titulando sugestivamente a notícia: ‘Protagonismo não se exige, conquista-se’. O texto, assinado pela direcção do jornal critica a organização do evento, pela desorganização das intervenções e pela consequente redução do tempo que tinha sido atribuído a este jornal para falar sobre o tema ‘Turismo e Acessibilidades’. O desnorte no alinhamento, ao que parece, foi motivado por algumas intervenções dum ex-ex-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Ezequiel Lino. O ‘Notícias da Zona’ ficou chateado. Pois claro que ficou chateado. E isso está desde logo patente na legenda da foto que ilustra a página: “Os presidentes da Câmara que, supostamente, fizeram história no que hoje é o Concelho de Sesimbra”. O “supostamente” é... significativo. Não diz... dizendo. Resta perceber qual dos cinco autarcas fotografados nos suscita mais suposições.
O texto da notícia, em si, não começa bem, dizendo que o evento teve lugar na “magnífica sala Carlos Sargedas”. Ora bem... é mais... “magnífica sala Mário Sargedas”. Mas eu própri@ não tenho grande memória para nomes. E, na generalidade do texto, sou forçad@ a concordar com o seu autor. Talvez se tenha errado no modelo de debate, na escolha ou disposição dos convidados, na organização do evento... Enfim, alguma coisa falhou. E, por causa disso, alguns oradores foram prejudicados pois não tiveram oportunidade de expôr a sua ideia, com princípio, meio e fim. Foi o que aconteceu ao ‘Notícias da Zona’ que utiliza este artigo para acrescentar o que ficou por dizer na sessão realçando as práticas turísticas que devemos aprender com os espanhóis, como a constante animação diurna e nocturna, e elogiando o projecto da ‘Mata de Sesimbra’, entre outras questões.
Quanto aos espanhóis e à forma como vendem o seu sol e constante animação diurna e nocturna, julgo que não temos, de facto, grande coisa a aprender. Sesimbra possui valores culturais próprios e não precisa de se transformar numa Benidorme, numa Marbelha, ou outros destinos que tais, porque com esses não tem sequer hipótese de rivalizar. Sesimbra tem de aprender a vender-se como Sesimbra e ponto final. Aprender com os outros não me parece uma má política, até porque o benchmarking está na moda. Mas no caso da costa espanhola na sua generalidade, a única coisa que devemos, é aprender com os seus erros.
Quanto a fazer depender o desenvolvimento turístico e económico de Sesimbra do mega-projecto imobiliário da Mata de Sesimbra é uma monumental asneirada.
Estou solidári@ com o ‘Notícias da Zona’ porque todos devem ter o direito de expressar a sua opinião, por muito idiota que ela seja. Mas não se arrelie muito com isso porque, pelos vistos, assim até ganhou uma boa oportunidade de estar calado. O poder local democrático também é feito de bons silêncios.
25 de jun. de 2007
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17 comentários:
Quem nos dera Barco a Remos, sermos Benidorme ou Marbelha. Não terianmos desemprego, teriamos um comércio próspero enfim um destino turistico a sério. Assim não somos é nada. Pergunte às pessoas se gostariam que Sesimbra se transformasse numa Marbelha à portuguesa e vai ver a resposta que lhe dão.
Queremos Marbella à espanhola, por favor! Excepto no cimento, mas essa parte o Arquitecto (sim, esse mesmo) já tratou de imitar os espanhois.
Bons silêncios, oportunidade para estar calado........, onde é que já ouvimos isto? Não foi antes de Abril de 74? Mas que grande Barco a Ferros, isto é Remos.
Tanta utopia, quando qualquer barulho, festa, festarola, bar, snack, restaurante, discoteca, etc, em Sesimbra têm queixas de barulho e respectivos processos de contraordenação na GNR. Marbelha, Benidorme para gente de Sesimbra? Acordem!
Ao Noticias da Zona, deveria ser dada a possibilidade de ficar caladinho. Deveria ser um direito constitucional.
Mas com tanta página final de publicidade paga pela Pelicano, é certo que o homem tem que falar. Sobretudo sobre Marbelhas e Benidormes…coisas de betão.
Claro que pode sempre contar com o apoio dos pequenos estalidos de pólvora seca ou rabinices das felicetes de serviço (tipo "Resistente aos democratas de capoeira"). Estarão sempre prontos para o defenderem nem que seja argumentando com a longa noite fascista. Temos presente a forma eloquente como Paliotes citou Lenine para defender o projecto do BES para a Mata de Sesimbra
Anonymous da 4.17.
Concordo plenamente consigo. Esta gente quer tudo mas não fazem nada por isso.
Direito Constitucional, deveria ser os Migueis cá da terra anadarem com uma etiqueta na testa, identificando-os daquilo que realmente são, IDIOTAS.
Dizer que Sesimbra no cimento é como Benidorme e Marbelha só pode ser de quem nunca lá esteve, deves passar férias no Laranjeiro. E o desemprego outra asneira. Já que andas na net vai lá ver quanto é o desemprego em Espanha, tem sido sempre maior que em Portugal.
Li o comentário do anónimo das 9:43.
É assim a rapaziada do aparelho do PCP. Basta chamá-los, que eles vêm às tábuas. São assim. Sempre previsíveis. Não surpreendem porque não esquecem os velhos hábitos nem aprenderam novos. Servem para isso, para vir às tábuas, com pouca inteligência é certo, e sem eficácia. Custam caro e não servem para grande coisa.
Aprender um hábito novo? Hum... Não me parece. Os hábitos adquirem-se. Nota-se que há aí uma atracção antonímica entre aprender-esquecer, mas não é bem. Uma tosca citação do príncipe Talleyrand, de quem Napoleão disse: "Tenez, vous êtes de la merde dans un bas de soie ".
Caiu-nos um erudito na “sopa de pelim”
Este anónimo das 10:10 é um erudito.
Ele é Napoleão... Ele é o príncipe Talleyrand... Ele escreve francês...
Não é seguramente um finório de aldeia nem um intelectual da Quinta do Conde.
No entanto tem um piquinho, coisa pouca, a ressabiado
Cá para mim revê-se num dos últimos escritos, já às portas da morte, do seu
príncipe Talleyrand:
"Eis que 83 anos se passaram! Quanta preocupação! Quanta inimizade! Quantas complicações! E tudo sem outro resultado a não ser uma grande inquietação quanto ao passado e uma profunda sensação de desânimo e desespero em relação ao futuro."
Este anónimo, tão inquietado com o seu passado, parece não acreditar muito no seu futuro.
De qualquer forma estou rendido:
“atracção antonímica entre aprender-esquecer” não é coisa pexita nem de aldeia. Caiu-nos um erudito na “sopa"
Quem tinha razão era o Napoleão.
Eu preferiria o Junot, esse tratava das coisas à espadeirada.
Desde que não se tome a nuvem por Junot...
Se estes camaradas do PCP que vivem do loby do capital imobiliario, nos apresentam como exemplos, exactamente aquilo que de pior Espanha tem, estamos entendidos. Voltem todos para o Seixal, antes que nos arruinem esta pérola que é Sesimbra.
Voltámos a um passado muito triste.
Ao passado e que passado.
Viva a Prestroika!
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