27 de dez. de 2006

E os candidatos a personagem pexita do ano 2006 são:

Aurélio de Sousa, o (afinal, ainda) ex-provedor
Desempenhou, durante o mandato do partido socialista à frente da Câmara Municipal de Sesimbra, o cargo de provedor municipal. O nome da função é pomposo e parece insuflado de significado democrático, no entanto, durante o tempo que desempenhou essas tarefas, poucos foram os munícipes que souberam, reconheceram ou conheceram o trabalho desenvolvido. Não vale a pena agora procurar culpados. Limitemo-nos aos factos: ninguém ouviu falar do trabalho do provedor e, como tal, poucos lhe reconhecerão pertinência.
O actual executivo camarário voltou a propor Aurélio de Sousa para provedor mas a ideia não passou na Assembleia Municipal, onde o secretismo do voto contrariou o (aparentemente) esperado amén geral à personalidade proposta pela Câmara.
Este episódio serviu para os jornais locais encherem páginas e para os munícipes perceberem que já houve um provedor municipal, o que quer que isso seja. Mais vale tarde do que nunca. Só por isso, Aurélio de Sousa merece esta nomeação.

Felícia Costa, vereadora da Educação
Nos últimos anos têm sido constantes e ferozes as críticas à recepção à comunidade educativa. A festança de boas-vindas que o pelouro da educação organiza está longe de gerar consenso pois, num concelho onde os alunos têm de levar papel higiénico para a escola e onde, no inicio do ano, aquando da inscrição, os encarregados de educação são convidados a “doar” 10€ para material de desgaste, há quem gaste milhares de contos num jantar de encher o olho.
Mesmo quando as colocações de professores são anunciadas para 3 anos, a vereadora mantém a “recepção à comunidade educativa” no seu programa de festas para 2007. Receber quem já cá está… é um conceito novo que vale à vereadora esta honrosa nomeação.

Senhor Doutor Unânime
Esta personalidade habita a Câmara Municipal de Sesimbra e o seu nome tem sido invocado muitas vezes nos últimos tempos. Todas e quaisquer decisões, mesmo as relativas a assuntos controversos, são tomadas, por unanimidade, pelo executivo camarário. Este gajo, mesmo que não passe de mero nomeado, merece uma menção honrosa.

Munícipes 1, 2 e 3
Decidi juntar estas três pessoas na mesma nomeação porque o motivo que me levou a escolhê-las é o mesmo: o facto de, não sendo funcionários da autarquia, nem militantes do PCP, terem participado, como munícipes, nos debates do orçamento participativo.

O assessor que faz a revisão dos textos para o boletim municipal elaborados pelos restantes assessores
Chegou tarde, mas chegou. Há coisas que ainda lhe escapam como o facto de o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra escrever “houveram” num artigo de opinião publicado no ‘Jornal de Sesimbra’ ou de a vereadora Felícia Costa dizer que as calorias se “desgastam” num editorial da agenda municipal, mas há que reconhecer alguns méritos ao assessor dos assessores. O boletim municipal tem bem menos erros ortográficos. Já diz o ditado… Há assessores que vêm por bem. Pena que a qualidade do conteúdo da publicação continue a ser tão pobre. Ou melhor, tão rico em propaganda e tão pobre em informação.

26 de dez. de 2006

A Figura do Ano em Sesimbra

Todos os anos é a mesma conversa. O culminar de uma voltinha em redor do sol é sempre pretexto para anunciar figuras e factos que marcaram esse percurso. Mas, afinal, quem escolheríamos para 'figura pexita' do ano 2006? Hmmm...
Não é nada de novo mas parece-me interessante perder algum tempo com isso.
Já volto.

19 de dez. de 2006

Assim se vê, a força...

Na edição do Jornal ‘Raio de Luz’ de 25 de Novembro (que, pasmem-se, não traz na 1.ª página a notícia sobre o andamento da obra do Centro Sócio-Cultural! Diz-me espelho meu, há umbigo maior do que o meu?) o ex-presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Esequiel Lino, assina, como habitual, um artigo de opinião, desta feita intitulado ‘Um ano de Mandato’. O texto é uma «análise crítica sobre o 1.º ano de mandato da maioria relativa da CDU na Câmara Municipal de Sesimbra» e daria para alimentar um blogue durante vários dias. Concentrar-me-ei, no entanto, nas duas últimas colunas do artigo que se centram num assunto polémico: o projecto da Mata de Sesimbra.
Logo agora que o documento final até já está na CCDR e num momento em que o actual presidente da autarquia sesimbrense pensava que a contestação tinha arrefecido… Esequiel Lino saca este coelho da cartola. E não faz a coisa por menos, começando logo por dizer que a Mata de Sesimbra é o «calcanhar de Aquiles do Sr. Presidente da Câmara» porque Augusto Pólvora «não teve a lucidez» de, na apresentação pública do projecto, explicitar que o mesmo se trata de um «projecto privado e não de um projecto da autarquia». O ex-presidente da Câmara acrescenta que o arquitecto deveria ter deixado os privados venderem o seu peixe.
O aviso só peca por tardio.

De facto, há muito tempo que a coisa cheira a esturro, mas agora é tarde demais para a Câmara Municipal se descolar da promotora Pelicano e da solução da construção da cidade ‘Mata de Sesimbra’ no pulmão verde de Sesimbra. Em nenhum momento o presidente da Câmara assumiu uma atitude de ponderação, prudência ou cautela em relação ao projecto, como previne Esequiel Lino. Faltou, lá está, a «lucidez» para perceber que a coisa podia dar para o torto. Augusto Pólvora, pelo contrário, assumiu sempre o projecto como seu, defendeu-o, de forma pouco razoável, com unhas e dentes, e, dessa atitude, só se espera que saiba retirar as devidas consequências.
Para o bem... e para o mal.
É claro que Esequiel Lino desculpa Augusto Pólvora, dizendo que o arquitecto, de facto, acredita piamente que o projecto da Mata de Sesimbra é o remédio para todos os males de que o concelho padece. Mas (e não há forma mais salutar de criticar do que dar uma no cravo e outra na ferradura), Esequiel Lino convida, logo depois, Augusto Pólvora a visitar o Palmela Village, na Quinta do Anjo, dos mesmos promotores: «Compare… e tire daí as suas conclusões. As minhas foram muito desagradáveis e… por isso estou preocupado… como cidadão de Sesimbra…».

Pois é. Mas ser prudente e ter bom senso em relação ao futuro do concelho que se governa e das pessoas que cá vivem, não é uma atitude que deve nascer de crenças, de falsas ingenuidades ou de «lucidez» política. Suponhamos que Augusto Pólvora até acredita que está a fazer o melhor... mas isso não chega, nem lhe serve de desculpa. Seja a ‘Mata de Sesimbra’ a vida ou a morte de Sesimbra, a atitude da Câmara neste processo é, de todo, condenável.
Algo corre mal no reino de Augusto e na sua própria corte.

11 de dez. de 2006

A "ténue" diferença entre o rosa e o vermelho

A junta de freguesia do Castelo vai requalificar, até 2009, 80 abrigos de passageiros. A obra custará 120 mil euros, dos quais 50 por cento são assegurados pela Câmara Municipal de Sesimbra. (Ver notícia aqui.)
Fazer abrigos não é, como dá para perceber, um negócio barato... Mas, no que a isso diz respeito, a diferença, por vezes ténue, entre o rosa e o vermelho, acentua-se. Quando o vermelho da junta coincide com o vermelho da Câmara, o instrumento toca tão afinadinho que dá gosto!
Mas afinal... a obrigação de colocar abrigos não deveria ser competência, única e exclusiva, da Câmara?! Pelo menos essa é a desculpa que têm dado até aqui para os abrigos chegarem ao estado a que chegaram...
É que, se assim for, pior do que ter esta Câmara... é ter uma outra Câmara dentro desta Câmara!