18 de out. de 2006

Coreias

O novo embaixador da Coreia do Sul em Portugal esteve há poucos dias perto de Sesimbra para um piquenique que reuniu mais de meia centena de sul-coreanos residentes em Portugal.
Como é óbvio, não foi por ter passado por Sesimbra que o embaixador Eui-min Chung foi notícia. Julgo até que essa visita terá passado despercebida à maior parte das pessoas. Mas a chegada do diplomata ao nosso país ocorre numa altura em que as Coreias andam nas bocas do mundo. Por um lado, o sul-coreano Ban Ki-Moon foi eleito para secretário-geral nas Nações Unidas. Por outro, a Coreia do Norte anunciou ao mundo a realização de testes nucleares tendo sido logo depois severamente criticada por diversos países, nomeadamente, a China, que muito tem contribuído para a sobrevivência do país.
Entre a boa e a má notícia abre-se espaço para pensar este território desunido há 60 anos.
Há pouco tempo vi um filme impróprio para cardíacos (julgo que já estará em DVD) intitulado “Irmãos de Guerra” (Tae Guk Gi, no original) que retrata, com uma perfeição incómoda e cruel, essa guerra atroz entre as duas Coreias, onde o actor principal começa num lado da barricada e termina no outro. Pelo caminho perde muito e perde-se a si próprio. É um filme onde não há bons nem maus. Não há heróis e vilões. Apenas coreanos. E a história da guerra, no filme, não tem final. Nunca se saberá quem saiu vencedor. Até porque, para o efeito, isso, na verdade, não importa.
Mas, pelos vistos, ainda há quem não tenha tirado ilações do seu próprio passado.

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