Terminou, há dias, a ‘Feira Festa’ na Quinta do Conde. Em declarações ao jornal ‘Notícias da Zona’ a vereadora da Cultura, Felícia Costa, defendeu que este é «um evento que traduz a cultura popular, a linguagem do povo, tudo o que vem dele e da sua alma». Poético, ah?
Marcaram presença na Feira «que traduz a cultura popular» nomes como ‘Tina T’, ‘Manolo’, ‘Axel’, ‘Melão’, ‘Hugo Leal’ (que tem um CD novo intitulado ‘É muita areia para esta camioneta’), a inconfundível ex-Doce Ágata, a boys band os ‘Santos’, as ‘Pop 21’, o João Marcelo (que, atenção, está a gravar um CD com 'o melhor de João Marcelo'), o João Magalhães, o José Carlos, o Jorge Paulo e o Alex (autor do sucesso Mister Gay), entre muitos outros. Gostos, não se discutem, é verdade. Pessoalmente dispenso este tipo actuações mas sei que há quem goste e só tenho de respeitar. Mas tenho dúvidas que a música que passou pela Quinta do Conde possa, de alguma forma, traduzir a «linguagem do povo» e a sua «alma».
A vereadora diz ainda que a ‘Feira Festa’ permite reafirmar «os laços sociais e raízes que aproximam os homens». A edição de 2006, no entanto, esteve longe de gerar todo este ‘aconchego’. Sublinhe-se que, no fecho da festa, o presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde retirou, publicamente, pelouros que tinha delegado nalguns membros do seu executivo e, na imprensa, Augusto Duarte referiu-se à ‘Feira’ como um «poço de irregularidades». À parte de todas essas tricas, a noite dedicada ao rock não se realizou, porque dificuldades na actuação das escolas da freguesia e atrasos no espectáculo geraram a ira de populares que arremessaram pedras para o palco.
Tivemos ainda o ‘Assalto à Fortaleza’, uma reedição pexita do ‘Assalto ao Castelo’, este último com origens camponesas. Não reconheci nesse evento nenhuma lição de história como aquela a que assisti no Castelo, com a reconstituição da conquista do castelo pelos cristãos aos mouros, mas a recriação de uma ficção que metia piratas. Nada contra. Foi um momento com alguma piada. Entretenimento.
Do rol de eventos dos últimos dias consta ainda mais uma edição da, já habitual, exposição internacional de artes plásticas. Um evento que, este ano, nasceu torto, com duas peças vandalizadas em plena marginal de Sesimbra. Faltou, julgo eu, bom senso dos dois lados. Do lado dos que destruíram as peças, porque nunca foram educados a respeitar este tipo de obras. Do outro, alguma falta de cautela e caldos de galinha (Como diz a publicidade… Porque os acidentes acontecem e os seguros também…), pois coisas destas, infelizmente, acontecem e não ter sequer ponderado esta possibilidade fez com que o evento ficasse manchado antes mesmo da sua inauguração, independentemente do sucesso que venha ainda a conhecer.
No meio de tudo isto, continuo a achar inconcebível que não haja uma estratégia cultural em Sesimbra. Apenas se reconhecem eventos avulsos, sem jeito nem amanho. ‘Entretenimentozinhos’. Enchem-se os olhos da população com inúmeros acontecimentos apenas com meio, sem princípio nem fim. A cultura sesimbrense continua escondida. Não se ensina nada a ninguém. Por isso, infelizmente, muitos continuarão a não querer aprender. É que a cultura também passa por aí.
A vereadora diz ainda que a ‘Feira Festa’ permite reafirmar «os laços sociais e raízes que aproximam os homens». A edição de 2006, no entanto, esteve longe de gerar todo este ‘aconchego’. Sublinhe-se que, no fecho da festa, o presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde retirou, publicamente, pelouros que tinha delegado nalguns membros do seu executivo e, na imprensa, Augusto Duarte referiu-se à ‘Feira’ como um «poço de irregularidades». À parte de todas essas tricas, a noite dedicada ao rock não se realizou, porque dificuldades na actuação das escolas da freguesia e atrasos no espectáculo geraram a ira de populares que arremessaram pedras para o palco.
Tivemos ainda o ‘Assalto à Fortaleza’, uma reedição pexita do ‘Assalto ao Castelo’, este último com origens camponesas. Não reconheci nesse evento nenhuma lição de história como aquela a que assisti no Castelo, com a reconstituição da conquista do castelo pelos cristãos aos mouros, mas a recriação de uma ficção que metia piratas. Nada contra. Foi um momento com alguma piada. Entretenimento.
Do rol de eventos dos últimos dias consta ainda mais uma edição da, já habitual, exposição internacional de artes plásticas. Um evento que, este ano, nasceu torto, com duas peças vandalizadas em plena marginal de Sesimbra. Faltou, julgo eu, bom senso dos dois lados. Do lado dos que destruíram as peças, porque nunca foram educados a respeitar este tipo de obras. Do outro, alguma falta de cautela e caldos de galinha (Como diz a publicidade… Porque os acidentes acontecem e os seguros também…), pois coisas destas, infelizmente, acontecem e não ter sequer ponderado esta possibilidade fez com que o evento ficasse manchado antes mesmo da sua inauguração, independentemente do sucesso que venha ainda a conhecer.
No meio de tudo isto, continuo a achar inconcebível que não haja uma estratégia cultural em Sesimbra. Apenas se reconhecem eventos avulsos, sem jeito nem amanho. ‘Entretenimentozinhos’. Enchem-se os olhos da população com inúmeros acontecimentos apenas com meio, sem princípio nem fim. A cultura sesimbrense continua escondida. Não se ensina nada a ninguém. Por isso, infelizmente, muitos continuarão a não querer aprender. É que a cultura também passa por aí.
7 comentários:
Já me tinham dito que, de acordo com o programa eleitoral do executivo municipal de Sesimbra, o carnaval vai ser todo o ano.
Realmente com esta pimbalhada, contrariamente ao que diz a responsável, não tem nada a ver com o gosto popular; aliás, esta (in)cultura nunca poderá criar laços sociais....
Esta senhora confunde os seus gostos pessoais com a dos munícipes. E desloca palavras do contexto: apresentando-as como suas para classificar algo nunca apoiado com os dinheiros públicos.
Já que não sabe organizar e falar, por que não deixam a senhora ficar na câmara municipal a carimbar uns papeis?
a cultura popular nao é carnaval o ano todo!!!já nao há pachorra para as escolas de samba e os seus elementos!!! carnaval em fevereiro ,td bem ,gosto,adoro,agora desfiles de verao,mascarados na fortaleza,trios electricos,e globosambas??!!!nao há mais nada p entreter o pessoal???
Agora sim. A vereadora Felícia Costa diz o que pensa. Este é o seu gosto e a sua ideia de cultura popular. Ágata, Alex e Tina T.
Nem mais, esta é Felícia Costa no seu melhor.
O povo gosta de coisas simplórias…
O povo gosta de coisas fáceis…
O povo gosta de coisa brejeira…
Que longe que esta estulta vereadora está das figuras de cultura do seu próprio partido.
O anonymous vai ter de aguentar c as "escolas de samba e os seus elementos!!!" pq são eles os unicos que conseguem fazer c q cada vez + existam pessoas a conhecer a nossa terra, quer seja no Carnaval, ou em outros acontecimentos...puxa pela mona p se lembrar senão eu ajudo-o....há anonymous que só criticam, façam qq coisa pela sua terra seja ela qual for
OLODUM ,este é um blog de opinião,logo naõ temos k gostar todos da mesma coisa!!!E já ninguem tem paciencia para quem pensa que o carnaval é o ano todo!!!Até podes adorar um bom bife...mas se comeres todos os dias o mesmo acabas por enjoar!!É voz corrente na vila k já cansa de tanto carnaval...pelo menos a maioria das pessoas assim fala,nao ker dizer k sejam todas...um abraço
Concordo plenamente, também gosto muito de carnaval, e até costumo desfilar numa escola de samba.... mas não abusem!!!
Em nenhum momento dei a entender q temos de gostar d msm coisa nem q o Carnaval é o ano todo, é óbvio q todos têm direito à sua opinião e foi o q fiz, não deixando de concordar um pouco consigo, agora as Escolas e Grupos não vivem unicament p o Carnaval pq algumas são associações como outra qq e visam promover actividades ao longo do ano de modo a suportar os encargos q alguns de nós temos. Jan/Mar/Abr/Mai/Jul/Set/Out/Nov/Dez nada de Carnaval, os outros 3 meses tem +- 10 dias de folia. SEMPRE SESIMBRA O MEU AMOR
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