No editorial da mais recente "sesimbr'acontece - agenda de acontecimentos do concelho de Sesimbra", a vereadora dos pelouros do Turismo e Cultura, Felícia Costa, anuncia que pretende "incentivar a participação pública no debate sobre o Plano Estratégico de Turismo do Concelho de Sesimbra". Nesse âmbito, integra-se o lançamento de um site "com possibilidade de recolha de opiniões". No final do seu artigo, em jeito de conclusão, Felícia Costa remata: "Trata-se de um debate que vai traçar as linhas mestras de uma das principais actividades económicas do concelho e, por isso mesmo, o seu contributo é fundamental. Participe!".
Este discurso merecia uma melodia de fundo. A prosa de Felícia Costa tem o dom de se transformar em música aos ouvidos dos munícipes. Há apenas um ligeiro pormenor difícil de compreender. Ora, se a participação pública é, de facto, como é dado a entender, fundamental e desejável, porque razão a vereadora dá por título ao editorial "Turismo no rumo certo"? Como se não bastasse, a vereadora sustenta esta afirmação, dizendo que apesar da crise económica, o percurso traçado pela autarquia tem dado os seus frutos.
Ok, tudo bem. Mas agora pergunto eu: Se fazem tudo tão bem, e se o turismo em Sesimbra já está "no rumo certo", porque nos querem ouvir? Será que nos vão mesmo ouvir? Será que participar servirá para alguma coisa?
Até agora, o Plano Estratégico, documento que me parece, aliás, bastante válido e bem conseguido, ainda só serviu para fazer foguetório. Esperemos que sirva para mais do que isso. Até porque o seu conteúdo apresenta muitas e expressivas divergências em relação ao modelo e caminho que a Câmara tem traçado para o desenvolvimento turístico do concelho, e que a vereadora apresenta neste texto, recorde-se, como "o rumo certo".